Hidrelétrica vai pôr o Tapajós em risco

O pesquisador Wallice Paxiúba Duncan visitou a região de São Luiz do Tapajós e dá sua visão sobre a instalação da hidrelétrica anunciada pelo governo. (Foto: João Paxiúba )

Itaituba
Alailson Muniz
Agência Amazônia

O pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) Wallice Paxiúba Duncan, doutorando em Ecologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), afirma que a construção de uma hidrelétrica na comunidade de São Luíz, em Itaituba, anunciada pelo governo federal, será um golpe fatal no rio Tapajós. Duncan passou a semana na região em que deve ser instalada a usina, que por coincidência também é sua terra natal. Ele afirma que a Itaituba vive eufórica com um novo momento, mas que, na verdade, trata-se de um outro ciclo tradicional. 'O município cresceu com o extrativismo, quer seja orgânico, quer seja mineral. Em muitos casos, atividades que provocam fortes impactos ambientais. Mal a febre do eldorado acabou, já se inicia o aquecimento pela construção da hidrelétrica de São Luiz do Tapajós'.

O maior prejudicado com a instalação da hidrelétrica seria o próprio rio Tapajós, que já passou por sérios problemas durante o auge do ciclo do ouro naquela região do oeste paraense. 'Se levada adiante, do ponto de vista ambiental a hidrelétrica no rio Tapajós poderá ser considerada como o golpe final no rio que lentamente morre envenenado com o mercúrio e assoreado pela atividade caótica das centenas de minas de garimpo que ainda hoje dragam seus afluentes', afirma Duncan.

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