Produtores debatem maneiras de impulsionar a cadeia produtiva da mandioca no oeste paraense. |
Produtores dos municípios de Santarém, Mojuí dos Campos e
Belterra, no oeste paraense, puderam dar suas contribuições à elaboração do
Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Mandioca. O programa vai
desenvolver e fortalecer essa produção em todo o Pará e está sendo coordenado
pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap).
Técnicos da Sedap ouviram também representantes do comércio varejista e as
Secretarias Municipais de Meio Ambiente dos três municípios.
Os trabalhos fizeram parte da primeira Oficina de
Planejamento Participativo Orientado por Projeto, realizada nesta segunda, 11,
e terça-feira, 12, na sede do Sebrae em Santarém. São parceiros da Sedap na
elaboração desse programa a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Federação da
Agricultura do Estado do Pará (Faepa), Federação dos Trabalhadores na
Agricultura (Fetagri), Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará),
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater) e Secretaria
de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme).
A região oeste do Pará tem destaque na produção de mandioca
e por isso foi escolhida para receber a primeira etapa das oficinas, que vão
levantar propostas, dificuldades, desafios, proposições e soluções para o
desenvolvimento da cadeia produtiva da mandioca.
“Levantar as dificuldades da cadeia produtiva da mandioca e
buscar proposições de quem desenvolve a atividade em todo estado do Pará. Esse
é o trabalho que está sendo desenvolvido para subsidiar a criação do Projeto
Pro Mandioca. Em Santarém, a primeira etapa. Depois Bragança e Marabá. Reunindo
essas informações vamos subsidiar a criação desse programa, que é coordenado
pela Sedap, mas todos os órgãos que fazem parte da cadeia produtiva desse setor
estão contribuindo. É um programa de Governo que tem parceiros em todos os
segmentos. A previsão para concluir o programa é outubro. Ele será apresentado
a todo o segmento produtivo. É uma missão trabalhosa, pois cada região tem sua
característica peculiar”, explica Heloísa Helena, diretora de Agricultora
Familiar da Sedap.
Os produtos oriundos da mandioca são muitos e já estão
incorporados à cultura alimentar do paraense. Também são atrativos turísticos e
muitos restaurantes e bares utilizam esses produtos em seus pratos e petiscos.
Heloisa Helena conta que, por isso, vários segmentos participam da elaboração
do programa. Ela conta que um representante do setor de comércio varejista informou
que toda semana são comprados cinco mil quilos de fécula de goma de mandioca em
Belém, para abastecer Santarém.
“Podemos produzir aqui mesmo. Sem planejamento, a mandioca
está sendo substituída por outras culturas e o custo de transporte onera o
produto. Podemos evitar essa evasão de recursos e fomentar a economia local.
Por isso, todos os segmentos estão sendo ouvidos", argumentou Helena.
Para o presidente da Cooperativa dos Produtores Rurais de
Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos, o programa é bem vindo e vai ajudar
bastante o desenvolvimento da produção de mandioca no oeste paraense. Ele
informou que a safra deste ano sofreu uma queda considerável em razão do verão
que foi intenso no ano passado. Por isso, o comércio local teve que importar de
outros estados.
“A gente tem procurado melhorar as condições de plantio.
Preparo do solo, condições, mecanização. Para agregar maior produtividade em
área menor. O beneficiamento também é nosso foco, para diminuir custos e
agregar uma renda melhor. Temos o privilégio de poder plantar mandioca o ano
todo. Por isso esse programa será bem visto e querido por todos os produtores”,
disse Mário Zanelato.
Atualmente, o Pará produz 4,6 milhões de toneladas/ano de
mandioca em uma área plantada de pouco mais de 302 mil hectares. É o maior
produtor brasileiro de mandioca. “A maior parte dessa produção é feita por
pequenos agricultores. Todos da agricultura familiar. Então, a carência por
novas técnicas e tecnologias atuais são os principais desafios a serem
vencidos. Esse programa vai nos ajudar bastante”, finalizou o presidente.
Por Alailson Muniz
Agência Pará
Comentários