Senador do PSol nega cobrança de "mensalinho"

Agência Estado

Denunciado pela cobrança de "mensalinho" de funcionários do seu gabinete, o senador Geraldo Mesquita (PSol-AC) se defendeu ontem, da tribuna, atacando. Ele culpou os jornalistas autores da reportagem, do Jornal do Brasil, sua assessora Maria das Dores da Silva, que não o teria posto a par de que o ex-funcionário Paulo dos Santos Freire tentou recuperar parte do dinheiro que havia "doado", e a seus desafetos políticos do Acre, o governador Jorge Viana e seu irmão, senador Tião Viana, os dois do PT.
Mesquita vai ser ouvido pela Executiva do PSol, que pode se decidir por sua desfiliação, se a defesa do senador não convencer, e pelo Conselho de Ética do Senado, que pode abrir processo para cassar seu mandato. O senador insiste em afirmar que as doações para manter seu escritório político em Sena Madureira eram voluntárias. De acordo com a denúncia, ele cobraria "mensalinho" de R$ 410,00 do ex-funcionário Paulo, contratado pelo salário de R$ 1 mil.

Geraldo Mesquita foi eleito em 2002 pelo PSB. Em abril se filiou ao PSol. Mas, desde então, tem dado dor de cabeça ao partido e, sobretudo, à senadora Heloisa Helena (PT-AL), que avalizou seu nome. Ele foi tachado de "rei do nepotismo" com a descoberta de que empregava nove parentes nos cargos de comissão do Senado. Alguns deles não "batiam ponto" na Casa.

Ao se defender, Mesquita justificou os contratos, dizendo que "a maioria deles é parente distante e são grandes profissionais". Como o argumento não convenceu, decidiu demiti-los, mas agora é suspeito de ter sido flagrado novamente numa prática condenável.

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