SERVILISMO DO GOVERNO SÓCRATES

primeiro-ministro Sócrates, ao comentar o fim trágico do primeiro soldado português morto no Afeganistão, disse que ele caiu ao serviço da pátria, da liberdade e da Paz. Acrescentou que o contingente português permanecerá naquele pais. Expressou-se numa linguagem que lembra a de Salazar ao saudar os mortos na guerra colonial. O Sr. Sócrates mentiu conscientemente. O sargento João Paulo Pereira foi vitima de uma política incompatível com o sentir do povo português. Tal política coloca as nossas Forças Armadas a serviço da estratégia dos EUA e da NATO — responsáveis pela agressão ao povo do Afeganistão, pela ocupação do seu território e a instalação em Cabul de um governo fantoche. Compartilhamos a dor que atinge os familiares do sargento João Paulo Pereira e dos seus camaradas feridos. A emoção que o acontecimento suscita deve reforçar a indignação legítima provocada pelas declarações hipócritas do sr. Sócrates, do Presidente a Republica e do ministro da Defesa. O compromisso que invocam é o da vassalagem perante o imperialismo. Dispõem-se assim a usar os militares portugueses como carne de canhão ao serviço dos seus senhores. O Partido Comunista Português pronunciou-se pela imediata retirada do contingente português enviado para o Afeganistão. Entrevistados, não o fizeram Mário Soares, Manuel Alegre e Francisco Louça. Embora ulteriormente sancionada por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, a invasão foi da iniciativa dos EUA e aliados da NATO, pelo que as forças de ocupação estão de facto ao serviço de interesses geo-estratégicos imperialistas, e não da segurança, do progresso e da emancipação do povo afegão, como a evolução da situação interna comprova, quatro anos volvidos. Sendo de alto risco as tarefas atribuídas aos militares portugueses, nomeadamente o controle do aeroporto de Cabul, é de temer que outros soldados possam ali cair em breve. É um dever patriótico exigir o descomprometimento do nosso país desse projecto imperial e exigir o regresso imediato das tropas portuguesas estacionadas no Afeganistão

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