Alckmin decide intensificar campanha presidencial

Fonte: Blog do Josias da F. S.
Geraldo Alckmin decidiu intensificar o ritmo de sua campanha à presidência da República. Incomodado com a movimentação do prefeito paulistano José Serra, que disputa com ele a legenda do PSDB, o governador de São Paulo planeja viajar mais pelo país. Tornando-se conhecido em outros Estados, acha que irá melhorar os seus índices nas pesquisas de opinião.

O blog conversou com dois correligionários de Alckmin, um secretário de governo e um parlamentar tucano da base de sustentação do governador na Assembléia Legislativa de São Paulo. Ambos identificaram na inanição exibida por Alckmin nas sondagens eleitorais a sua maior fragilidade.

Alckmin exibe nas pesquisas índices que oscilam entre 13% e 16%. Sua assessoria avalia que, exposto em rede nacional de televisão, o governador saltaria para patamares mais confortáveis. O problema é que, com as taxas atuais, Alckmin não conseguirá se impor como candidato do PSDB. E, em conseqüência, também não terá a oportunidade de exibir-se no horário eleitoral gratuito.

Nos diálogos que mantém com lideranças do PFL, para detalhar a coligação partidária para 2006, José Serra apresenta como seu maior trunfo justamente as pesquisas de opinião. Ostenta percentuais que lhe dão mais do que o dobro de votos de Alckmin no primeiro turno –entre 30% e 33%. De quebra, as sondagens dos institutos de pesquisa apontam-no, por ora, como o único candidato em condições de bater Lula num eventual segundo turno.

Daí a decisão de Alckmin de correr o país. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é apontado por todo o tucanato como “eleitor qualificado” na disputa que vem sendo travada no interior do PSDB. E FHC diz em todos os seus diálogos privados que o partido não pode entrar na eleição para perder. Insinua que o candidato de sua predileção será aquele que estiver mais bem posicionado nas pesquisas.

Nas conversas que mantém com interlocutores do PFL, Serra dá o apoio de FHC ao seu nome como favas contadas. Mais do que isso: assegura que o PSDB ratificará o seu nome como candidato oficial. O “assanhamento” de Serra, segundo a definição de um dos auxiliares de Alckmin, é “desrespeitoso” com o colega de partido.

A equipe do governador argumenta que o candidato do PSDB terá de ser definido por consenso, já que o partido não pretende realizar prévias eleitorais. E esse consenso depende de unidade interna. Uma unidade que estaria ameaça pelo apetite de Serra. O que se diz em torno de Alckmin é que o prefeito de São Paulo está atropelando as instâncias partidárias ao arvorar-se a fechar antecipadamente acordos eleitorais.

De resto, a assessoria de Alckmin argumenta que o partido terá menos a perder se optar pelo seu nome. Seu mandato termina em 2006. O de Serra vai até 2008. Com ele, uma eventual derrota para Lula não significaria prejuízo.

O problema é que FHC, o “eleitor privilegiado”, quer entrar na disputa para ganhar. Não trabalha com a hipótese da derrota. E onde a turma de Alckmin enxerga o risco de prejuízo, Serra vê um trunfo. Seu vice na prefeitura, Gilberto Kassab, é filiado ao PFL. Coligando-se com ele, os pefelistas terão dois anos de mandato à frente da cidade de São Paulo, cujo orçamento é superior ao da maioria dos Estados brasileiros.

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