Caso Maluf: furo de reportagem vira inquérito policial



O furo de reportagem do repórter César Tralli, da TV Globo, durante a prisão do filho de Paulo Maluf, Flávio Maluf, virou um inquérito policial no 7º Distrito Policial da capital paulista. Tralli foi o único jornalista a acompanhar aquela ação da Polícia Federal. Para realizar a proeza, o repórter teria pego carona em um veículo da Polícia Federal e até utilizado roupas idênticas às de um agente policial. O inquérito rendeu um furo ao jornal ‘O Estado de S.Paulo’, que publicou a informação na sua edição da último sexta-feira.
Segundo o jornal, a solicitação de abertura do inquérito partiu da promotora Marucia Barros Ramos, atendendo a uma representação do Ministério Público Federal. "Temos a obrigação de encaminhar as representações que recebemos. Vamos apurar se houve infração penal ou não", diz a promotora.
O advogado da TV Globo, Nilson Jacob, contou ao ‘Estadão’ que não recebeu a notificação do inquérito oficialmente. "De antemão, posso afirmar que o repórter não se fez passar por policial federal, não estava com roupa da Polícia Federal. Ele foi ouvido em sindicância na própria PF e não foi constatada nenhuma irregularidade", comenta o advogado.
"César Tralli, que cobre as investigações há mais de cinco anos, fez apenas o seu trabalho, com a competência que tem demonstrado em toda a sua carreira", disse a Globo em nota. Segundo Luiz Cláudio Latgé, diretor de Jornalismo da Globo em São Paulo, em entrevista ao Estadão, se o repórter teve acesso a informações a que outros não tiveram, o mérito é todo dele. "Se entrou no carro dos policiais e teve acesso a informações que outros jornalistas não tiveram, mérito dele".
Já a assessoria de imprensa de Flávio Maluf considera que "a PF armou um circo para a televisão filmar". O repórter César Tralli não se pronunciou em relação ao inquérito

Comentários