Ribeirinhos reclamam de escadas destruídas

Alailson Muniz
O desinteresse do governo municipal de se agilizar a construção de um terminal portuário para passageiros e para carga e descarga de mercadorias prejudica a cada dia mais a vida de centenas de comerciantes e trabalhadores e consequentemente a economia do município.
Setor estratégico para se alavancar a economia de qualquer cidade, a construção do Porto Municipal agilizaria a entrada e a saída de produtos e aumentaria o fluxo de capital de giro injetado no comércio, diz o economista Caio Valente, belenense, de passagem por Santarém. "A construção de um porto chega a ser óbvio para uma cidade que queira se desenvolver, ainda mais aqui na Amazônia", afirma o economista.
No meio da semana, ribeirinhos e carregadores que utilizam duas escadas do cais do porto, contíguas a nova orla, próximas a área em que se localizava o extinto Tablado, procuraram a reportagem do Jornal de Santarém para denunciar, segundo eles, o descaso do poder municipal para com eles.
A reportagem constatou que área vizinha ao término do famoso Projeto Orla está urgentemente precisando de reformas. Duas escadas utilizadas pelos ribeirinhos e donos de embarcações para desembarque e embarque de cargas e passageiros estão inutilizáveis e comprometem a segurança de centenas de pessoas que trafegam naquele perímetro todos os dias.
Segundo o comerciante, João Sousa, os comerciantes sentem uma enorme necessidade de um local adequado para receber e enviar suas mercadorias. Várias embarcações que fazem linha para diversos municípios do oeste paraense atracam diariamente no local. "A necessidade é grande. As poucas mercadorias a gente consegui movimentar não são suficientes para gerar lucros que façam a empresa crescer", analisa o comerciante.
No atual tempo de seca, os barcos atracam a aproximadamente 100 metros do cais. Sob um forte areião, estivadores e carregadores têm de se sacrificar todos os dias carregando sacos de até 60 quilos nas costas. "Já aconteceram acidentes com os trabalhadores e até passageiros já caíram nessas escadas. Elas estão assim há muito tempo e a prefeita, que inclusive faz suas caminhadas por aqui, disse uma vez que os donos de barcos iriam pagar se eles quebrassem a orla dela, deixando claro que não está nem aí pra gente. Vê só a outra parte onde os doutores passeiam. Tá toda bonita", desabafa um carregador que se identificou como Macapá.
Rafael Lages, 22, vai levar uma encomenda ao barco Aquário para enviar a sua avó em Santa Maria. Ele diz que sua irmã, há dois dias, caiu de uma das escadas. "Ela escorregou e caiu, só não se bateu feio por sorte. Como era mulher foi logo ajudada por um monte de homem", brinca Rafael com o acidente da irmã. Logo após a entrevista, Rafael desce uma das escadas. Meio desequilibrado ele segue pulando de pedra em pedra, passa por vários cacos de vidro e escorrega num pouco de areia que estava sobre os restos de degraus. Consegue descer totalmente a escada e acena com um sinal de positivo.

Comentários

Anônimo disse…
Leiam "O diálogo do Papa com Danela Mercury" em La Insgnia
http://www.lainsignia.org/2005/noviembre/cul_035.htm
Abraços.
Anônimo disse…
Muita sacanagem da prefeitura fazer isso com os barqueiros!