Escadas destruídas inviabilizam embarque e desembarque

Há quatro meses, a reportagem do Jornal de Santarém divulgou a precária situação de duas escadas da orla da cidade, precisamente no trecho contíguo a área onde se situava o antigo Tablado. Na época, quando estávamos ainda no verão, sobre uma enorme praia, as escadas se apresentavam completamente destruídas, impossibilitando o embarque e desembarque de cargas e passageiros vindos de regiões de várzea, terra firme e de pequenos municípios do rio amazonas.

Após quatro meses, a reportagem foi novamente acionada para ouvir novas reclamações de estivadores, donos e comandantes de embarcações, passageiros e pequenos comerciantes. O motivo da reclamação é o mesmo. As escadas encontram-se no mesmo estado desde o ano passado só que agora com as águas do Tapajós a centímetros de seus degraus.


A reportagem esteve no local e constatou a veracidade do motivo da reclamação. Segundo os comerciantes que utilizam a perímetro do cais para embarque e desembarque de suas mercadorias, o poder publicou municipal não tem dado importância para os pequenos produtores e comerciantes da região. “A falta de um terminal portuário te,m reduzido muito o fluxo de mercadoria e com isso o município deixa de receber capital. Perde o comércio e perde a cidade”, explica o comerciante Francisco Freitas Machado.
Assim como seu Francisco, centenas de pequenos comerciantes e empresários utilizam os serviços das embarcações que atracam naquele perímetro. Eles dizem que agora com a cheia a dificuldade tende a aumentar muito, pois a água chega ao pé das escadas. “Fica muito ruim para desembarcar o mínimo de mercadoria que for, pois os banzeiros e as maresias causam uma instabilidade na embarcação. Junto a isso, temos ainda que sofrer com os pedaços de degraus das escadas nos quais temos de nos equilibrar” reclama Seu Messias, carregador de 43 anos.

As escadas estão completamente destruídas e os mais corajosos têm de se equilibrar em cima dos restos dos degraus. Seu Ronaldo Cardoso é comandante de embarcação e diz que o único local apto para embarque e desembarque de passageiros e mercadorias é atualmente o porto improvisado em frente à Praça Tiradentes, mas que nunca consegue atracar sua embarcação naquele local por falta de espaço. “Essas escadas já estão quebradas há mais de seis meses e ninguém faz nada. A prefeita faz o cooper dela quase todo dia, mas parece que ela só caminha na parte bonita da orla. No porto da Tiradentes, o privilégio é dos barcos que fazem viagens para outras cidades, quanto aos barcos que viajam para o interior da cidade só há descaso por parte do poder público”, reclama o comandante.

“Es sa discussão só veio à tona porque os grandes empresários daqui jogaram na mídia a importância de se construir um porto. Depois foi deixada de lado pela prefeita que se preocupa com os pequenos quesomos nós”, critica Armando Tavares, referindo às discussõs que foram levantadas sobre a necessidade da conhstrução de umterminl portuário em novembro do ano passado.

Na época, o economista Caio Valente disse à reportagem que a construção de um terminal portuário para as embarcações de grande, médio e pequeno portes seria de vital importância para a economia do município.

Segundo o economista, a construção do Porto Municipal agilizaria a entrada e a saída de produtos e aumentaria o fluxo de capital de giro injetado no comércio com isso a demanda das mercadorias aumentariam e a oferta de emprego conseqüentemente. “A construção de um porto chega a ser óbvio para uma cidade que queira se desenvolver, ainda mais aqui na Amazônia”, afirma o economista.

As escadas destruídas ficam próximas ao término do famoso Projeto Orla. Várias embarcações que fazem linha para diversos municípios do oeste paraense atracam diariamente no local. “A necessidade é grande. As poucas mercadorias que a gente consegue movimentar não são suficientes para gerar lucros que façam a empresa crescer”, explica o comerciante Chico Aguiar.

No atual momento de cheia dos rios, fica inviável o inicio de qualquer obra naquele local, dizem os comandantes. “Fizemos a reclamação quando ainda estava seco, agora que já encheu é que não vamos ver nada. Vamos ter de esperar e certamente virará promessa de campanha”, diz o comandante Cardoso.
(Matéria publicada no Jornal de Santarém para qual o signatáriuo deste blog escreve)

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