CARIDADE: Bancos patrocinam PT, por isso lucram tanto

O Partido dos trabalhadores recebeu de 2002 a 2004 mais dinheiro dos cofres dos grandes bancos do que do Fundo Partidário.


Segundo mostrou o Jornal a Folha de São da última segunda-feira, as doações de bancos para o Partido dos Trabalhadores (PT) saltaram de R$ 520 mil para R$ 5,7 milhões entre 2002, quando Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República, e 2004, meio de seu mandato. O aumento ultrapassa os 1.000% e supera os repasses do Fundo Partidário, principal fonte financeira dos partidos.

Segundo o Jornal, em 2004, quando foram realizadas eleições para prefeitos e vereadores, o diretório do PT em São Paulo recebeu R$ 4,3 milhões de bancos, enquanto R$ 1,4 milhão veio do Fundo Partidário, que é custeado pela União.

No mesmo ano, os diretórios petistas em todo o país captaram R$ 7,9 milhões de instituições bancárias. O valor é quase o dobro dos R$ 4,1 milhões doados para a campanha do PSDB.

“Os bancos mantêm relações com o poder, e não com a ideologia”, explica o cientista político Bruno Speck, da Transparência Brasil. As receitas totais do PT paulista foram de R$ 9 milhões em 2004. Cerca de R$ 6 milhões eram doações de empresas, das quais 67% vieram de bancos.

“(Bancos) querem manter relações e querem fazer também com que os partidos tenham condições de financiar seu programa e sua disputa eleitoral”, disse o tesoureiro do diretório nacional do PT, Paulo Ferreira.

O tesoureiro do PSDB, deputado João Almeida (BA), suspeita, porém que as doações podem ter ligação com o alto lucro dos bancos durante o governo Lula. “As relações do PT com os bancos melhoraram. Não sei se o desempenho (das contribuições) tem relação com a melhoria dos balanços dos bancos. Mas, se eles ganham mais, ficam mais generosos”, afirmou.

Comentários

Anônimo disse…
Prezado Alailson: Gostaria de informar que o cientista político Bruno Speck, da Unicamp, já foi ligado à Transparência Brasil, mas essa relação interrompeu-se no início do ano passado.