Cerrado e Mata Atlântica ameaçados

O Brasil possui hoje 2 dos 34 ecossistemas mundiais mais ameaçados. A Mata Atlântica e o Cerrado estão progressivamente desaparecendo, segundo dados da Conservação Internacional, divulgados no início de 2005.
Desde o descobrimento do Brasil, cerca de 92% da vegetação da Mata Atlântica foi destruída. No caso do Cerrado, que começou a ser ocupado nas últimas décadas, a destruição é ainda mais rápida, restando hoje apenas 22% da cobertura original.
A monocultura da soja, as plantações de algodão e milho e a agricultura mecanizada como um todo são os principais fatores responsáveis pela destruição ambiental da região. As áreas mais ameaçadas, segundo estudo da mesma entidade, estão no sul do Maranhão e do Piauí e no oeste da Bahia.
A situação da Mata Atlântica apresentou uma pequena melhora nos últimos anos, com a redução da pressão de atividades econômicas sobre territórios preservados. Mas se, por um lado, a pressão diminuiu aí, por outro, ela se deslocou para outras regiões, como é o caso do Cerrado e da Amazônia. Números como estes são divulgados todas as semanas pela mídia. Há um reconhecimento da gravidade da situação ambiental, mas ela ainda é largamente subordinada a exigências econômicas de curto prazo.
No caso do agronegócio, essa subordinação é exemplar. Permanece o forte o consenso em torno de uma mesma receita para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de um país: aumento das exportações, abertura do mercado de capitais, moedas conversíveis, privatização, desregulamentação da economia e livre comércio.
Esse modelo é sugerido a praticamente todos os países, independentemente de particularidades locais e regionais. Os indicadores sociais, ambientais e econômicos da economia global mostram, porém, que a receita não oferece o que promete. No período em que esse modelo foi aplicado em larga escala - entre 1988 e 1993 - o mundo tornou-se mais desigual e aumentou a destruição ambiental, apontam dados do próprio Banco Mundial.

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