Destruição de florestas é considerado problema grave por 98% da população

A pesquisa aponta ainda que para a população a Amazônia é o bioma mais ameaçado do país, seguido pela Mata Atlântica

A pesquisa nacional de opinião pública intitulada "O que os brasileiros pensam sobre a biodiversidade?", realizada pelo Instituto Vox Populi e coordenada pelo ISER (Instituto de Estudos da Religião), foi divulgada em Brasília na terça-feira (23), data em que se comemora o Dia Mundial da Biodiversidade.

A pesquisa tinha como principal objetivo avaliar a percepção e a consciência da população brasileira sobre temas ambientais. Segundo a pesquisa, houve um paradoxo na evolução, pois o mosaico deste ano apresentou um forte crescimento do nível de informação e consciência ambiental, mas a disposição em participar ativamente da solução dos problemas não aumentou na mesma proporção.

A destruição das florestas foi apontada como "muito grave para o Brasil" por 76% dos 2.200 entrevistados (com mais de 16 anos, de áreas urbanas e rurais). Quanto esse percentual é somado aos que avaliaram o problema como "grave", ele sobe para 98%. Desmatamento e queimadas aparecem como o principal problema ambiental do Brasil, com 65% das citações, seguidos de poluição/contaminação de rios, lagos e lagoas, com 43%. Entre os biomas mais ameaçados, surgem Amazônia (38%) e Mata Atlântica (18%).

Mudanças climáticas, que em 2001 apareciam como "problema que afeta grande parte do mundo" para apenas 23% dos entrevistados, hoje já chegam a 43%. O problema é considerado grave ou muito grave por 76% dos brasileiros.

A pesquisa de 2006 foi focada na biodiversidade, mas apresenta um extenso painel sobre opinião, conhecimento e atitude da população brasileira perante temas correlatos. Sobre o conceito de biodiversidade, ele é conhecido por 43% dos entrevistados. Entre esses, o nível de familiaridade chega a 84% entre pessoas com nível superior.

Curiosamente, apesar de 4 dos 10 principais problemas apontados pelos participantes serem ambientais - falta de saneamento, falta de coleta de lixo, falta de tratamento de água e enchentes - eles não são assim identificados.

Apesar de o desemprego ser uma das principais preocupações dos entrevistados, se pudessem escolher, 77% afirmaram que não estariam dispostos a conviver com mais poluição, mesmo que isso trouxesse mais empregos. Em 2001, o percentual era de 69%.

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