Jornada em defesa da agricultura camponesa

Adital - Hoje e amanhã, 23 e 24 de maio, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) realiza uma nova jornada nacional de luta, em defesa da agricultura camponesa. Milhares de camponeses vão para as ruas reivindicar a renegociação das dívidas e preço justo para seus produtos. Para o MPA, as medidas até agora apresentadas pelo governo são insuficientes para resolver a crise que enfrentam os camponeses, principalmente no que se refere ao preço dos produtos e ao endividamento.

Segundo o MPA, a crise é originária do modelo de agricultura existente no país, pois se baseia no monocultivo e no latifúndio, no agronegócio como um todo. Tudo isso é controlado pelas multinacionais, como a Monsanto, Bunge, Cargill, Sygenta, Novartis. Essas transnacionais controlariam a comercialização dos grãos no mundo (milho, trigo, soja, cevada e arroz); Basf e a Bayer controlam a indústria química; a Nestlé e Danone controlam a indústria de lacticínios; e a Aracruz e Veracel a indústria de celulose.
A Monsanto, por exemplo, além de produzir as sementes transgênicas, produz venenos e também remédios para tratar doenças por eles causados.



Para o MPA, está claro que o agronegócio é a verdadeira desgraça da agricultura camponesa e da biodiversidade. "Por isso, precisamos lutar por um novo modelo de agricultura", declara a entidade. O MPA propõe que o governo não renegocie as dividas dos grandes produtores rurais e confisque todas as terras dos latifundiários inadimplentes, junto aos bancos públicos, e destine as mesmas para a reforma agrária que está parada.

"Para que possamos continuar no campo, é necessário o alongamento das dívidas dos camponeses que detém financiamento de até 72 mil reais, sem juros e com carência para pagar. Também exigimos que governo retome o controle dos preços agrícolas, tabele os insumos e crie empresas públicas para atuar e regular o mercado de alimentos e o mercado de insumos agrícolas. E pedimos pressa ao congresso na votação do projeto de lei do governo sobre previdência rural, e que o mesmo garanta os direitos aos trabalhadores rurais como segurados especiais da previdência", afirma o Movimento.

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