Quem vai pagar a conta da TV Digital?


Adital - O custo da transição para a TV Digital pode causar uma nova crise no setor de mídia, como a ocorrida com os investimentos para a implantação das redes de TV a cabo nos anos 90. É o que revela o relatório final do Sistema Brasileiro de Televisão Digital Terrestre, entregue pelo Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em Telecomunicações (CpqD) ao governo federal.
O Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC) informa que este relatório está aliado a uma análise do modelo de financiamento da radiodifusão e aos valores médios para acesso à Internet no Brasil. Para a população, a transição pode custar R$ 287 bilhões ao longo de 15 anos. Gastos iniciais para as emissoras podem chegar a R$ 5,5 bilhões nos primeiros cinco anos e o bolo publicitário é insuficiente para financiar os novos investimentos
Segundo o FNDC, As estimativas do CPqD apresentadas no documento revelam que a população pagará a maior parte da conta da transição do modelo analógico da radiodifusão de sons e imagens para o digital. Fixando os custos com a compra da unidade receptora-decodificadora (decodificador acoplado ao televisor) e da antena digital em R$ 400, a transição para os brasileiros só com os novos equipamentos seria de R$ 18 bilhões ao longo de 15 anos, que é tempo mínimo previsto para o encerramento das transmissões analógicas.
Estes valores aumentam se a opção pelo canal de interatividade também for financiada pela população a uma mensalidade de R$ 15, ou R$ 180 por ano. Outro custo que faz parte da equação são os R$ 203,44 que cada um dos domicílios brasileiros com aparelho receptor pagou no ano passado para ver televisão, sob a forma de custos de mídia repassados para os preços finais de produtos, serviços e tributos.Somando tudo isso, e levando-se em consideração a existência de 46,7 milhões de domicílios com TV no Brasil (91% dos lares brasileiros conforme o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ao longo de 15 anos, a transição pode custar ao bolso da população R$ 286 bilhões. Some-se a isso os valores com a aquisição de terminais portáteis e móveis de TV digital, bem como o custo para o acesso sem-fio, e a estimativa ultrapassa a casa dos R$ 300 bilhões.
Na ponta das emissoras, a maior parte dos investimentos deverá se dar na rede de transmissão e retransmissão. É aqui que se encontra o maior obstáculo para a entrada de novas instituições e mesmo das geradoras educativas e dos canais básicos de utilização gratuita previstos pela lei do cabo (canais comunitários, educativo-culturais, legislativos, universitários). Outro impedimento deverá se dar para muitas prefeituras e câmaras de vereadores do interior do Brasil que hoje bancam a estrutura da retransmissora de uma rede comercial ou estatal no município por falta da presença das mesmas. Conforme o CPqD, 8% da população brasileira (7% dos domicílios e 24,5% do total de municípios) não está coberta pelos canais de freqüência de caráter primário (as geradoras principais), sendo atendidas pelo poder público e com canal secundário (não protegido de interferências).
Os custos de captação da geradora (equipamentos instalados no estúdio) não foram estimados pelo estudo do CPqD. Com base nestas referências, o CPqD estima em R$ 4,37 bilhões os custos para a transição das emissoras privadas e em R$ 1,25 bilhão para as emissoras públicas. Ou seja, um total de R$ 5,62 bilhões. Em uma das três simulações de modelos econômicos feitas pelo centro de pesquisas para o caso das geradoras, o custo médio anual de implantação para todas as emissoras privadas é de R$ 800 milhões durante cinco anos. Para as emissoras públicas, chega-se a uma média de R$ 215 milhões ao longo de três anos.

Comentários

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