O ÓBVIO NA INVASÃO DO PARLAMENTO

Laerte Braga
A fita divulgada pela imprensa mostrando como foi planejada a invasão do Parlamento por trabalhadores rurais do MLST, mostra apenas o óbvio. Como realizar uma ação de protesto sem planejamento, já que, do lado de lá, estão as forças da corrupção, da barbárie? Da “lei” (entre aspas mesmo) e a Polícia é deles? Instrumento deles?

Os trabalhadores apenas reagiram à truculência de seguranças que têm salários superiores a oito mil reais e receberam ordens do comando da maior concentração de pilantras do País (Câmara e Senado) para sentar a borduna, em qualquer circunstância, em nome da lei e da ordem, da tal democracia.

Tem sido historicamente e só nesse governo duas vezes a Polícia agiu no Congresso para reprimir trabalhadores. Uma na presidência do corrupto João Cunha (50 mil do “valerioduto” e absolvido pela maioria mafiosa) e agora Aldo Rebelo, da agência de empregos e cargos PC do B (Partido Comunista do Brasil).

Um detalhe de suma importância. A fita mostra que como acontecia na ditadura, os movimentos sociais estão sendo monitorados por órgãos de segurança.

É curiosa a maneira como a mídia, vamos ver a “GLOBO” trata o problema. Várias vezes a emissora, no carro chefe, o “Jornal Nacional”, programa os robôs William Bonner e Fátima Bernardes, para mostrarem expressões indignadas com o Congresso. É mais fácil que bater no presidente, pois do presidente saem as verbas “nossas” de cada dia.

Só que, na hora que o povo reage, através do movimento social, o Congresso vira baluarte da democracia.

O povo acha que houve exagero. Que houve quebra da ordem. É induzido a isso, a ficar com peninha de deputado e senador.

Essa relação é meio sádica. Os caras batem de todas as formas e o cidadão comum tem que agüentar, gostar e gritar que a democracia cristã e ocidental é o melhor remédio para o País. E quem protesta é desordeiro.

Comentários