Saúde em Novo Progresso pede socorro

Alailson Muniz
Da Redação


Ciria Pimentel, secretária de saúde do município de Novo Progresso diz a reportagem do Jornal de Santarém e baixo Amazonas que a situação da saúde pública de seu município está desesperadora.

Em entrevista ao jornal, Ciria conta que a cidade (Novo Progresso) possui apenas dois hospitais, sendo um público e outro privado e atende uma população de mais de trinta mil habitantes.
Ela diz ainda que uma das principais dificuldades enfrentada por sua secretaria diz respeito à transferência de pacientes para atendimento fora do município. “Num poli traumatismo, é impossível mandar o paciente pela estrada, pois ele pode morrer devido ao atual estado da BR1 – 63 (Santarém-Cuiabá)”, explica a secretária. Ela conta também que recentemente um agente de saúde caiu de uma ponte em uma motocicleta.
A secretária de saúde informa ainda o custo dos transportes utilizados para remover os pacientes necessitados para outros centros é muito oneroso para os cofres público. “Por avião, não possuímos linha diária, apenas nos dias de segunda, quarta e sexta-feira. Temos que rezar para não ocorrerem acidentes nos dias de sábado, domingo, terças ou quintas-feiras. E também torcer para que ninguém se acidente depois das nove horas da manhã, somente segunda, quarta e sexta-feira antes do avião da linha partir”, explica Ciria.
O município dispõe de apenas 05 médicos e seu hospital municipal atende por dia aproximadamente 210 pacientes. O município possui, segundo dados do IBGE, uma população de 37.068 habitantes. Novo Progresso tem de assistir ainda os Distritos de Castelo dos Sonhos, do município de Altamira, e Moraes de Almeida, do município de Itaituba.
A prefeitura diz não ter recursos para arcar com as despesas dos fretes e passagens aéreas, que segundo a administração, “quebram qualquer caixa”. A secretaria recebe apenas os repasses federais obrigatórios que em média ficam em torno de R$ 90 mil por mês e recebe ainda um kit de Farmácia básica, enviado mensalmente pelo Governo do Estado do Pará.
Segundo Ciria Pimentel, a folha de pagamento de sua secretaria no mês de maio foi de 152 mil reais. Sendo que somente os salários dos médicos, que recebem entre 9 e 16 mil reais, abocanharam 65 mil reais. “Temos que fazer mágica para comprar medicamentos, materiais técnico e administrativo, e combustível dentre outras despesas”, complementa Ciria.
A secretaria informa ainda que a população está revoltada com a situação de caos que a saúde de Novo progresso se encontra. “Qualquer cidadão sabe que ter acesso ao atendimento de saúde é direito de todos e dever do Estado, Federação e Município. Eles cobram é um direito”, observa a secretária.
Ela informa ainda que o incentivo indígena que sua secretaria recebe é todo repassado para a Fundação Esperança para pagar profissionais de saúde que atendem a etnia Munduruku do município de Jacareacanga.

Comentários

Anônimo disse…
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