Decisão irá frear desmatamento na Amazônia


Santarém
Agência Amazônia


A avaliação é feita tanto pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR) e pelo movimento popular Frente de Defesa da Amazônia (FDA) quanto pelo Sindicato Rural de Santarém (Sirsan) e diz respeito a noticia de que a divisão européia da McDonald's e alguns dos principais supermercados, companhias de alimentos e cadeias de lanchonetes da Europa, como a Waitrose e Asda, vão boicotar a soja cultivada ilegalmente na Amazônia.

Para o vice-presidente do STTR, Raimundo Mesquita, a decisão é uma vitória para a Floresta Amazônica e para as pessoas que trabalham em prol de sua preservação. “A chegada da soja na Amazônia tem causado um grande aumento no índice de desmatamento da floresta nativa”, informa Mesquita. Ele diz que as principais áreas devastadas na região do oeste paraense são as margens da BR-163 (Rodovia Santarém-Cuiabá), a Santarém Jabuti, a Curua-Uná, as glebas Nova Olinda e Pacoval e regiões do entorno do município de Belterra.

O Padre Edilberto Sena, membro da FDA, além de frear o desmatamento, a decisão também vai estancar a grilagem de terras na região. “Os produtores vão ter um maior cuidado quando forem derrubar suas florestas porque vai haver uma vigilância maior sobre eles”, explicou o Padre.

Segundo o religioso, a medida tomada pelas multinacionais não foram motivadas pelo ímpeto de cultivar a Floresta. “Não tem nenhuma preocupação solidária com a Floresta ou com o meio ambiente. A preocupação deles é com o caixa. Essas empresas são compradoras de soja industrializada da Cargill. Como o povo europeu é um povo mais sensível e se preocupa com a questão ambiental, ele passou a diminuir a compra dos produtos dessas empresas. Elas preocupadas com o seu lucro foram em cima da Cargill Internacional, ameaçando deixar de comprar a soja oriunda da Amazônia”, explica Edilberto. “A Cargill se sentido ameaçada em perder seus melhores fregueses chamou uma reunião e incluiu o Greenpeace, que é uma organização não governamental (Ong) preocupada com a preservação da floresta e responsável por levar a situação da floresta aos grandes jornais da Europa, e disse que iria rever sua atuação em Santarém”, acrescenta Edilberto Sena.

Ele diz que a Cargill declarou moratória, pois foi forçada pela campanha desencadeada pelo Greenpeace. “Nesse intervalo de tempo, ela vai chamar uma Ong para, na palavra do presidente da Cargill no Brasil Sergio Barroso, distinguir as produtoras boas das más”, disse Edilberto.

Para Edilberto, a iniciativa da Cargill de comprar somente soja legalizada é um ato de respeito à Floresta Amazônica.

O presidente do Sindicato Rural de Santarém (Sirsan), Adinor Batista, também achou positiva a decisão. Ele diz que o Sirsan está fazendo um trabalho junto aos seus associados de conscientização da importância de eles terem suas terras legalizadas.

“Os produtores assinam um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com Ministério Público Federal (MPF) avisando que vão se comprometer a fazer recuperação de áreas derrubadas”, informou Adinor.


Para isso, o Sirsan finalizou na quinta-feira (27), um curso em parceria com a Ong internacional The Nature Conservancy (TNC), que teve como objetivo capacitar os agricultores da região, deixando-os aptos a identificarem as áreas que devem ser protegidas pela legislação brasileira, como as Áreas de Proteção Permanente (APPs), e, no caso de elas já terem sido devastadas, como recupera-las.

O curso foi ministrado por especialistas da Universidade de São Paulo (USP), que já vêm desenvolvendo há bastante tempo um trabalho na área. A TNC também irá ajudar o Sirsan a certificar a soja produzida na região do oeste paraense. “Dessa forma, vamos orientar os produtores a legalizar as suas plantações em todos os aspectos e aumentar a produção na região”, explica Adinor.

O Sindicato pretende criar uma espécie de selo para classificar a soja que é produzida de forma legal. “Eu acredito que esse ano a gente vai avançar bastante no combate a produção ilegal de soja”, acredita Adinor.

Comentários

Anônimo disse…
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