Lula diz que greve não prejudica

"Uma greve não vai atrapalhar que a gente faça o que tem que fazer", afirmou Lula a jornalistas em Jundiaí (SP), onde esteve em uma das fábricas da Siemens no Brasil.

"Ninguém vai perder salário, ninguém vai ser mandado embora, então eu não sei qual é a preocupação dos companheiros do Ibama", completou.

Os servidores querem que o governo desista da medida provisória 366, que estabelece a divisão do órgão ambiental com a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que vai gerenciar as unidades de conservação, como parques florestais. No total, são 5.500 servidores.

O Ministério do Meio Ambiente e o Ibama informaram nesta tarde que procuraram a Justiça na sexta-feira para evitar que a greve geral dos servidores do instituto comprometa as operações consideradas "essenciais" e "urgentes" do órgão.

Apesar de trabalhar para garantir algumas das atividades, não há garantias concretas de que não haverá atrasos na licença para obras de infra-estrutura classificadas como prioritárias pelo governo, incluídas no Plano de Aceleração do Crescimento. "Estamos tomando providências para fazer o licenciamento dos processos mais urgentes", afirmou nesta segunda-feira o presidente interino do Ibama, Basileu Alves Margarido. "Estamos reunindo as diretorias para fazer essa avaliação," completou.

Pela lei, a Associação Nacional dos Servidores do Ibama é obrigada a garantir a presença ao trabalho de 50 por cento do total de funcionários, sob pena de multa. Ele afirmou que o instituto também cortará o ponto dos faltosos, conforme autoriza a lei.

A medida tenta evitar a paralisação completa das atividades do órgão, mas fontes do ministério e do Palácio do Planalto vêem a greve com certa preocupação. "Se com 100 por cento já era essa demora, que dirá com 50 por cento?", questionou um auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sob condição do anonimato.

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