Professores acampam na Prefeitura de Altamira

Um grupo de cerca de 200 servidores da educação do município de Altamira, no sudoeste do Pará, estão acampados na sede da Prefeitura desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (14).


O ato foi a forma encontrada pela categoria para pressionar a administração municipal a negociar com os servidores, em greve desde o dia 4 de maio.
De acordo com a coordenação do movimento, a manifestação é pacífica. 'Mas só vamos sair de lá com uma resposta positiva à nossas reivindicações', disse o coordenador do sindicato dos professores de Altamira, Lourival Ferreira.


A categoria denuncia que o município de Altamira tem o salário de professor mais baixo do Estado. 'Aqui a categoria ganha R$ 356,00, menos do que um salário mínimo', reclama.
Os professores reclamam, também, do último aumento autorizado pela Secretaria de Educação, em abril deste ano, que foi de 10%. 'Enquanto recebemos só isso de aumento os diretores que tem cargo de confiança receberam 100% de reajuste', denunciou o coordenador estadual do Sintep/Pa .

Outra denúncia é quanto às péssimas condições de conservação das escolas. Eles reclamam que uma delas, a maior do município, está prestes a desabar. A escola em questão é a Dom Clemente Gager, onde estudam cerca de 2 mil alunos. 'As paredes estão cheias de infiltrações e rachaduras e ninguém faz nada quanto a isso, inclusive isso já foi informado à Semec', diz Ferreira.


A categoria denuncia o descaso da Prefeita, Odiléia Sampaio e da Secretária de Educação, Nilcéia Alves de Moura. 'Nunca tivemos tanto problema para negociar com os orgãos municipais.
Todas as administrações mantinham uma comissão de negociação com a categoria. Mas dessa vez elas simplemente sumiram', contou o coordenador do sindicato.
Na semana passada, os manifestantes chegaram a ir até Câmara do município pedir apoio aos vereadores para solucionar o impasse.

A secretária de Educação, disse que a Prefeitura já repôs 35% das perdas salariais da categoria, desde que assumiu a administração do município. 'Foram 15% no primeiro ano do governo, 10% no segundo e 10% em 2007', disse a secretária Nilcéia Alves de Moura.
A secretária também informou que vai ser reunir com uma comissão do sindicato ainda hoje para tentar acabar com impasse. Ela informou ainda que a Prefeitura funciona normalmente. Os manifestantes não chegaram a impedir a entrada dos funcionários.
A greve já dura 7 dias letivos prejudicando cerca de 18 mil alunos da rede municipal de ensino, entre creches, ensino infantil e ensino médio e fundamental nas 64 unidades de ensino do município.

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