Casamento

No Repórter 70 de hoje:

SANTARÉM
Divórcio
O casamento político entre o PMDB e o PT chegou ao fim. Pelo menos em Santarém, onde o secretário de Transportes do município, José Antonio Rocha, acaba de entregar o cargo à prefeita Maria do Carmo. A prefeita queria Zé Antonio, filho do deputado Antonio Rocha, como seu vice, na busca da reeleição. O problema é que a pretendida reeleição de Maria com o apoio do PMDB está condicionada à disputa eleitoral em Belém. Como aqui, até agora, nada aconteceu, além de papo furado, Maria se precipitou em oferecer o cargo de vice ao PMDB.

Costura
O caso de Santarém demonstra até que ponto o jogo político entre petistas e peemedebistas, numa aliança para as próximas eleições, fica cada vez mais embolado no meio de campo. Até o presidente Lula já entrou na história, anunciando à governadora Ana Júlia Carepa e ao deputado Paulo Rocha que seu candidato é o ex-deputado José Priante. Com a decisão do PMDB de se afastar do governo de Maria, fica cada vez mais claro que o que acontecer em Belém terá reflexos em Santarém. Ou vice-versa.

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José Antônio Rocha ainda tem esperanças de ser o vice de Maria do Carmo. Mas o candidato de Jáder Barbalho é outro quadro do partido.

Comentários

Anônimo disse…
Lula chuta Carepa para escanteio
Este é o título da nota que abre o "Informe JB", do Jornal do Brasil de hoje. Leia, abaixo, o comentário, que o blog pinçou do jornal do deputado federal Jader Barbalho (PMDB), o Diário do Pará, que publica diariamente a coluna:

As águas turvas da Baía de Guajará escondem negociatas políticas que submergiram na Belém de 2006 e agora trazem à tona o preço de um naufrágio petista que o presidente Lula evitou ­ com a ajuda do PMDB. Os acordos patrocinados pelo petista explicam o porquê de o famigerado ­ e enrolado ­ Jader Barbalho cobrar tanto o apoio do Planalto para o seu primo, o ex-deputado José Priante (PMDB). Enquanto parlamentar, Priante nadava de braçadas nas ondas tranqüilas dos rios que banham as cidades da bacia da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf). Sua reeleição era garantida. Para minar a eleição de Almir Gabriel (PSDB) ao governo do Estado ainda no primeiro turno, Jader embarcou o primo numa canoa furada, mas que mudou os rumos da correnteza. Priante entrou na disputa pelo governo e tirou votos do tucano. Ficou em terceiro. Ana Júlia Carepa (PT), em segundo, viu Gabriel abrir 200 mil eleitores de vantagem, levando a disputa para o segundo turno. O PMDB virou a noiva da vez, poderia cair no colo do PSDB. Então Lula fez o segundo apelo a Jader e Priante. De olho nas benesses do Planalto, Jader fechou com Ana Júlia, e a aliança fez a petista virar o jogo. Só que Lula não pagou essa conta até hoje. Jader pediu a ele a presidência da Chesf para o primo. Não conseguiu. Priante ficou sem cargo e agora, como troco, quer o apoio de Lula para disputar a prefeitura de Belém. Lula não tem como negar isso à dupla. Foi isso que o presidente lembrou a uma consternada Ana Júlia, no gabinete presidencial do Planalto, quando ela foi lá semana passada pedir o apoio de Lula para a candidata do PT, uma deputada estadual. Na linguagem futebolística de que o presidente tanto gosta ao falar de jogadas políticas, Carepa levou um chute. E cairá aos pés de Jader, para marcar gol.

VAZA ANA JÚLIA

Postado por Poster às 3/30/2008 05:17:00 PM 0
Anônimo disse…
Rapáz depois de tanta corrupção no Governo Ana Alves , o Lula quer é distância de seus prepostos .
VAZA ANA JÚLIA ALVES
Anônimo disse…
PMDB aguarda em silêncio que o PT obedeça a Lula
No PMDB, depois das últimas chamadas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dado nos petistas, para que apóiem a candidatura do ex-deputado federal José Priante a prefeito de Belém, é mais quem passou a observar silêncio.
E não é qualquer silêncio. É daquele silêncio tipo obsequioso, como aquele que a Santa Sé impõe a religiosos que, no seu entendimento, excedem-se na divulgação de opiniões pessoais sobre questões doutrinárias, seja através de declarações ou da publicação de livros e artigos.
Os peemedebistas estão em silêncio porque ainda avaliam quais serão as repercussões internas, no âmbito do PT do Pará, aos apelos do presidente, que, segundo as últimas versões, tem usado de veemência crescente para lembrar aos petistas que, politicamente, ainda não se desobrigaram junto ao PMDB do deputado federal Jader Barbalho.
A última manifestação de Lula foi na semana passada, quando o presidente, ao receber em seu gabinete a governadora Ana Júlia, que lá teria ido pedir-lhe apoio à pré-candidatura da deputada estadual Regina Barata, teria ouvido “consternada” o presidente lembrar-lhe das dívidas remanescentes do petistas para com o PMDB. É o que conta o Informe JB de ontem, que abre a coluna com um comentário a que deu o título de Lula chuta Carepa para escanteio.
No caso, entretanto, o silêncio obsequioso que os peemedebistas guardam nada tem a ver com questões doutrinárias, opiniões pessoais ou coisas do gênero. O que está em jogo são mais ou menos as seguintes questões:
1 - o PT vai ou não se insurgir contra a orientação do presidente Lula, de quem os peemedebistas cobram a dívida por terem aderido à candidatura de Ana Júlia Carepa em 2006, quando Priante a apoiou na disputa que ela travou com o tucano Almir Gabriel para o governo do Estado?
2 – Hoje, final de março, quem está resistindo a esse apoio: a governadora Ana Júlia ou segmentos do PT?
3 – E se o PT não fechar com Priante, ele fará o quê?
O blog manteve contato, ontem à noite, com peemedebista muito próximo à direção do partido e fez-lhe exatamente essas três indagações básicas. E o que ouviu dessa fonte - ela mesma não obrigada, mas contaminada pelo silêncio que os cardeais do partido se auto-impuseram -, oferece alguma pista sobre os próximos passos da costura entre PMDB e PT para as eleições municipais de outubro em Belém.

Priante será mesmo candidato
A fonte peemedebista começou logo pela resposta à última indagação: “O Priante não abre mão de sua candidatura a prefeito de Belém. Ele vai disputar. Tem certeza de que sabe que Ana Júlia e os segmentos majoritários do PT estão conscientes de que a derrota de um será a derrota de todos, e a vitória também. A alternativa que restará a Priante se ele não tiver o apoio do PT será iniciar uma cruzada no interior, apoiando os candidatos do PMDB a prefeituras para fortalecer o partido para o pleito de 2010”, explicou ao blog o peemedebista.
Priante, segundo diz a fonte, já deixou claro ao PT que Ana Júlia deve levar em conta que as eleições de outubro não se esgotam nos limites da Região Metropolitana de Belém. Ao contrário, serão uma prévia para 2010, quando ela estará certamente disputando a reeleição para o governo do Estado.
Quanto à primeira questão, se o PT vai insurgir-se contra os apelos de Lula, o peemedebista próximo à direção partidária diz estar convicto de que, no momento, a resistência maior ao apoio petista à almejada candidatura de Priante se concentraria na deputada estadual Regina Barata. E aqui se responde também à segunda questão proposta ao peemedebista com quem o blog conversou.
Menciona a fonte, por exemplo, que outras tendências do partido, como as que são integradas por lideranças do partido, como o deputado federal Paulo Rocha e o secretário de Transportes, Waldir Ganzer, manifestam simpatia à idéia de cumprir o acordo nascido em 2006 e que implicaria a adesão do PT à candidatura de Priante a prefeito de Belém.

Duciomar é carta fora do baralho
O peemedebista tendente ao silêncio obsequioso não quis nem ouvir a possibilidade de uma aliança que envolvesse o prefeito Duciomar Costa: “Ele já demonstrou que não cumpre acordos. O destino dele será disputar a reeleição tendo como vice alguém do PSDB. Conosco, do PMDB, não existe a menor possibilidade de fechar uma aliança com o Duciomar”, garantiu o peemedebista.
E o DEM? - indagou o blog. O peemedebista respondeu em cima da bucha: “Deve concorrer isolado. Deve concorrer sozinho. Talvez se alie ao PSDB, mas o papel do [ex-governador Simão] Jatene, no momento, é juntar os cacos do que sobrou do PSDB para trabalhar em favor do fortalecimento da candidatura do Serra. É a saída que o partido tem para tentar reafirmar-se no Estado”, especulou o peemedebista.
E o PSOL, qual o peso na balança? – voltou o blog. O ex-prefeito Edmilson Rodrigues, segundo o peemedebista, dificilmente sairá candidato, até porque já está com sua vida pessoalmente bem resolvida em São Paulo (SP), onde se encontra desde que deixou o governo, em 2004. “No mais, a orientação partidária é de que o PSOL só se coligue com o PCB e com o PSTU, que terá o Atnágoras como candidato a prefeito”, lembrou o peemedebista.
Enquanto isso, o PMDB espera em silêncio. E espera, é claro, que o PT obedeça ao presidente Lula.