Editor da Folha se envolve em polêmica sobre cobertura jornalística na AM

Com o título acima no Portal IMPRENSA:
Por Ana Luiza Moulatlet

O jornal O Liberal, de Belém (PA), publicou matéria, na última quinta-feira (23), sobre uma polêmica que envolvia o jornalista Claudio Angelo Monteiro, editor de ciência e meio ambiente do jornal Folha de S.Paulo.

De acordo com O Liberal, no ciclo de palestras "Jornalismo ambiental - Os desafios da cobertura na Amazônia" - realizado no dia 22 de outubro, através de parceria entre o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a agência EKO (Estratégias em Comunicação) e o Sesc Pará - o jornalista afirmou que um dos motivos para as dificuldades de se fazer uma boa cobertura jornalística na Amazônia seria a falta de "quadros contratáveis na imprensa local".

Com a declaração, o tema do evento teria ficado em segundo plano e teria se iniciado uma discussão sobre a qualidade do jornalista na Amazônia, com perguntas enviadas à mesa pela platéia - formada em sua maioria por jornalistas e estudantes de comunicação - que, segundo O Liberal, teria se ofendido.

Os jornalistas Raimundo José Pinto, Helena Palmquist, Alda Costa e Renata Ferreira, todos formados na região, sucederam a Claudio Angelo na mesa de debates mas, segundo o jornal paraense, embora os debatedores "se esforçassem para manter o foco na questão ambiental, a platéia continuava enviando perguntas sobre a formação do jornalista amazônico".

Procurado pelo Portal IMPRENSA, o editor de ciência e meio ambiente da Folha afirmou que não criticou os jornalistas da Amazônia, mas a falta de estrutura local para o exercício do jornalismo.

"Eu falei que não dá para ter uma cobertura de qualidade com um jornalista ganhando R$ 700,00 por mês, como pagam os jornais locais. Assim, ele acaba tendo que trabalhar em três, quatro lugares, e isso é muito comum porque os veículos pagam mal". Para Claudio Angelo, "não existem diferentes regiões de capacidade intelectual no Brasil, existem diferenças regionais de estrutura para trabalhar".

Mauro Neto, produtor executivo de O Liberal, declarou à reportagem do Portal IMPRENSA que o editor da Folha foi "infeliz". Segundo ele, é muito fácil os jornalistas de São Paulo e de outras regiões do Brasil criticarem a cobertura jornalística na Amazônia. "O cara vem de fora para dizer que 'falta quadro', mas ninguém sabe realmente das dificuldades que enfrentamos aqui, com o tamanho do território, as brigas com madeireiros. Só nós sabemos realmente como é cobrir a Amazônia", disse.

Comentários