Madeireiras são acusadas de crime ambiental

As empresas Industrial Madeireira Curuatinga Ltda. e Madesa Santarém Ltda. são acusadas pelo Ministério Público do Estado (MPE) do Pará de cometer crime ambiental provocado pela destinação irregular de resíduos sólidos e líquidos da atividade madeireira em um terreno no bairro Vitória Régia, no município de Santarém, no oeste paraense. Ninguém foi encontrado nas empresas para responder sobre a ação.
O MPE chegou a firmar um acordo, em julho, no qual as madeireiras se comprometeram, no prazo de 30 dias, a contratar equipe especializada para a construção de um sistema de abastecimento de água potável que suprisse as necessidades mínimas de consumo por parte das famílias afetadas pelo problema. Mas o prazo expirou no dia 3 de agosto e nada foi feito.
A exigência do MPE é que a Justiça determine, liminarmente, a suspensão das licenças de operação concedidas pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) às madeireiras Madesa e Curuatinga, até que seja demonstrada a destinação ambientalmente adequada do lixo.
Para as empresas Madesa e Curuatinga, o pedido é que sejam obrigadas, até 60 dias, a apresentar projeto de recuperação do terreno que serve de depósito de serragem e ainda o bloqueio de R$ 1 milhão das contas bancárias e aplicações das madereiras, a fim de garantir a construção do microssistema e a reparação do dano ambiental.

LAUDO

A constatação foi feita, segundo o MPE, pelo Instituto Sócio-Ambiental (Isam). De acordo com o laudo, “ao depositarem, a céu aberto, e sem qualquer medida de prevenção, os resíduos sólidos oriundos da atividade madeireira, especialmente serragem, por longos anos, em terreno, resultou na contaminação do solo, subsolo, atmosfera e lençol freático, gerando danos à saúde de parte da população daquele bairro, bem como inviabilizando o consumo das águas subterrâneas antes obtidas através de poços e caçimbas pelas pessoas vitimadas”.
O problema se agravou ainda mais pois o abastecimento de água, segundo os moradores reclamantes, está sendo feito de modo precário e insuficiente, por meio de um caminhão-pipa contratado pela Prefeitura de Santarém, o que obrigava o consumo da água dos poços contaminados. Os moradores levaram amostras de água em garrafas pet, segundo a ação, “as quais apresentavam água na cor avermelhada e resíduos em suspensão”.
OLIBERAL

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