Filme vai resgatar memórias de Juruti

“Essa rua era apenas um caminho, não era rua. Com algumas obras e a circulação de pessoas, foi melhorando", conta Maria Dulcina de Souza, 63 anos, moradora da atual Rua Raimundo Coelho, em Juruti, no Oeste do Estado. Essa é apenas uma das histórias que fazem parte de um projeto inédito no município: um filme que vai contar a história das ruas e da própria cidade de Juruti.
Intitulado “Memórias de Rua”, o projeto iniciou em outubro de 2009, como parte do Programa de Educação Patrimonial dos Planos de Controle Ambiental da Alcoa, executado pela Scientia Consultoria Científica. Na época, foram feitas as primeiras filmagens, registrando a percepção e as memórias de personagens marcantes do local. O objetivo é resgatar e difundir a cultura proveniente desse conhecimento guardado há décadas nos contos e “causos” de antigos jurutienses.


“Temos oito estagiários e todos são filhos de Juruti”, conta a arqueóloga da Scientia, Lílian Panachuck, coordenadora do Programa de Educação Patrimonial. “Eles estão filmando as pessoas mais idosas da rua, que podem nos contar como a rua era, contar episódios importantes para a cidade, personalidades que marcaram a história do município”, completa.

O grupo já reuniu quase dez horas de material filmado e gravado em som, com depoimentos de nove pessoas. Para realizar a captação de imagens, os estagiários passaram por qualificação e receberam orientação durante todas as entrevistas. Um deles é Juniele Batista, de 16 anos, aluno da Escola Estadual Vereador Raimundo de Souza Coelho. A rotina das gravações trouxe novos conhecimentos para o jovem. “Primeiro, a gente vai nas casas das pessoas e elas nos aceitam com grande entusiasmo. Pedimos autorização para fazer as entrevistas e depois gravamos os depoimentos com eles. Quando a gente volta ao escritório, a gente faz as transcrições”, explica.
Atualmente, as imagens estão sendo analisadas para que o roteiro do filme comece a ser produzido. Ao mesmo tempo, novos depoimentos estão sendo gravados pelos estagiários. Segundo Lílian Panachuck, os moradores de Juruti estão apoiando bastante a iniciativa. “Eu acho que o nosso grande parceiro nesse caso, além da Alcoa, com certeza é a própria comunidade. Temos sido recebidos de portas abertas e de forma muito solícita pelos entrevistados”, afirma a arqueóloga.


Para a estagiária Evillen Bruce, de 18 anos, o município está se modificando e se desenvolvendo, e o filme ajuda a resgatar essa história que estava se perdendo. “Sempre vai haver mudanças, mas não podemos esquecer do passado. A cada dia, nós mesmos vamos conhecendo a nossa cidade e as pessoas importantes que fazem parte da história dela, e isso é maravilhoso”, comenta a estudante.

A produção do filme “Memórias de Rua” continua até o mês de Abril, quando deve acontecer a pré-estreia, juntamente com as comemorações do aniversário do município de Juruti.
Fonte: Temple/Alcoa

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