A revolta no grande projeto

Por Lúcio Flávio Pinto

Duas das maiores obras em andamento no Brasil foram paralisadas na semana passada. Se fossem localizadas no sul do país, a grande imprensa nacional certamente daria o destaque compatível com a gravidade do acontecimento. Mas como os fatos se deram em Rondônia, no extremo oeste, o noticiário foi pequeno e insatisfatório.

Quando concluídas, as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, terão absorvido em torno de R$ 30 bilhões, um custo equivalente ao da hidrelétrica de Belo Monte, que, se for construída mesmo, será a segunda maior do mundo – ao menos em capacidade nominal de geração de energia.

Como a usina do rio Xingu, no Pará, as duas barragens estão sendo levantadas depois de provocarem extensos e apaixonados debates sobre a inconveniência de colocar duas estruturas de concreto sobre o leito do rio que mais contribui em águas e sedimentos para o maior curso d’água do planeta, o Amazonas.

Três anos depois de iniciadas, as duas obras seguem uma tramitação acidentada e conflituosa. Desde 2009 seus operários fazem manifestações de protesto e reclamam dos salários, dos maus tratos e das condições de trabalho. A tensão veio num crescendo. Mas ao assumir sua forma mais grave, no dia 13, surpreendeu a todos por sua extrema violência.


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