Antes do plebiscito, já se sabia que a região metropolitana de Belém iria votar maciçamente contra a criação dos estados do Tapajós e do Carajás.
Quem negar essa afirmação estará mergulhando na infantilidade. A mesma infantilidade que também está levando algumas lideranças políticas a disseminarem ódio e rancor em nossa população, haja vista o resultado da consulta.
Não é assim. O momento não é de ódio nem de rancor. A maioria do Oeste paraense disse o que queria e a maioria deles idem. Infelizmente, o processo democrático é assim. A maioria deles é a maioria.
Agora, o caminho a ser traçado é o mesmo dos pais que não deixaram o filho sair de casa para trabalhar, se sustentar e fazer a sua vida. Já que vai continuar na casa dos pais, eles terão de arcar com as despesas do filho. Esse é o preço a ser pago.
Friedreric Nietszche dizia que quem mata monstros, um dia será um deles. E estamos vendo que ele estava certo. As mesmas pessoas que criticavam os ‘não emancipacionistas’, agora agem como eles, disseminando ódio e o rancor. Houve uma inversão de posturas. As manifestações de ódios só vão nos igualar a eles.
Os milhares de marketeiros das ruas de Santarém vão apontar enes erros e enes estratégias que poderiam ser traçadas para levar a vitória. Mas não existe um só culpado ou um só responsável pela vitória da maioria deles.
Mas agora é tarde demais. A preocupação maior foi cobrar posicionamentos de lideranças apontadas pela atual situação política quando o pulo do gato era convencer a maioria deles. Preocupou-se e perdeu-se tempo, tinta e raciocínio cobrando um ‘Sim’ estonteante do vice-governador, o santareno Helenilson Pontes. Mas o mesmo não foi feito com o deputado Antônio Rocha ou o deputado Júnior Hage, por exemplo. Como se o ‘Sim’ deles fosse automaticamente desencadear um resultado favorável. Não era isso. Perdia-se tempo precioso para convencer a maioria deles. Enquanto isso, pregava-se uma desunião em nosso próprio território. O caçador de monstro se transformava em monstro.
Será que agora se procura um culpado? Hoje, a Câmara de Vereadores aprovou uma moção de repúdio em favor de Simão Jatene e de Helenilson Pontes. Ainda se perde tempo com isso. O primeiro por não se manter neutro e o segundo por não fazer campanha para o ‘Sim’.
Ou seja, cobra-se a neutralidade de um e a imparcialidade de outro. Isso é o correto?
E se Pontes tivesse se envolvido na campanha? Certamente, o resultado seria o mesmo. Mas a Câmara de Vereadores de Belém não iria cobrar a neutralidade de Helenilson e a imparcialidade de Jatene.
O caso de Helenilson é só um exemplo de quê perdeu-se tempo com o desnecessário (centrar-se apenas na opinião dele). Quando em verdade a luta (debates de ideias) não era contra nossa própria gente e sim contra o distante, contra o vazio de informações que levou a milhares de paraenses a votarem no ‘Não’.
Não dizendo que isso foi ruim, a campanha ficou concentrada nas lideranças de Lira Maia e Alexandre Von. Mas garanto a vocês que se Helenilson Pontes, Antônio Rocha, Junior Hage, José Megale, Josefina Carmo e os prefeitos da Calha Norte, entre outras lideranças políticas, caíssem de corpo e alma nesta campanha, o resultado seria o mesmo e talvez até pior. O porquê isso escrevei em outra ocasião.
Agora que o plebiscito passou, o povo não pode ser usado como escudo. Precisamos de sabedoria, justiça e responsabilidade na condução do processo pós-plebiscito.
Comentários
Esses que tão criticando muitos foram pedir dinheiro a ele e pegaram um não na cara. vai ver que foi isso.
Rosa Soares.
Mário Soares.
Parabéns pelo artigo sóbrio.
Lima pinto
O Vice poderia se engajar em Belém.... mas resolveu continuar gesticulando como marionete do Governador do Grão Pará.... que ao contrário dele se engajo.
E como!
Deixa de maionese
Tiberio Alloggio
Everaldo