À mesma D. Ângela

Em homenagem ao dia nacional da poeisia, comemorado hoje. Umas das obras primas que mais gosto do mestre Gregório de Matos.



 
“À mesma D. Ângela”
 
 Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?
 
Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara?
 
Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda
Livrara eu de diabólicos azares.
 
Mas vejo, que tão bela e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, Que me tenta, e não me guarda.
 

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