Para promover um intercâmbio educacional entre sociedade,
governos e especialistas, a Alcoa promoveu ontem (27) o Painel “Mineração e
Sustentabilidade” no escritório da Companhia em Belém. No encontro, os
participantes discutiram os desafios e vantagens da aplicação da Certificação
em Liderança em Energia e Design Ecológico (LEED), tema de projeto desenvolvido
pelas engenheiras paraenses Jorgeane Almeida, da área Florestal, e Raíza
Oliveira, da área de Minas, que atuam na unidade da Companhia instalada em
Juruti, onde se pretende aplicar a certificação. O foco do debate foi a análise
do novo contexto do setor mineral no Estado. “Esse encontro é muito importante
e mostra a força que está tendo a expansão do minério no Pará”, avalia Miguel
Sampaio, diretor da Associação Comercial do Pará.
O projeto de
aplicação da Certificação LEED, pioneiro no Brasil em um empreendimento na área
de mineração, visa implantar a certificação ambiental na construção dos futuros
prédios administrativos da Alcoa Juruti. O modelo proposto prevê a adoção de
tecnologias verdes que incluem a eficiência energética, gestão e economia de
água, conforto termoacústico, entre outras técnicas sustentáveis. A iniciativa
inovadora rendeu reconhecimento global às jovens profissionais. Elas foram
participantes do programa Novos Engenheiros da empresa, que teve como última
etapa o desenvolvimento de um projeto de referência em inovação. As engenheiras
da Alcoa Mina de Bauxita de Juruti foram premiadas tendo seu projeto reconhecido
como o melhor entre todas as unidades da empresa na América Latina e no Caribe.
Incentivo a inovação
Segundo Leonardo Bello, da Secretaria de Ciência, Tecnologia
e Inovação do governo do Estado, participante do Painel, o envolvimento de
todos os segmentos da sociedade se mostra como o caminho para garantir a
aplicação efetiva de novas tecnologias no setor mineral paraense. “A
sustentabilidade é um tema atualíssimo e deve ser encarado pelo poder público,
pela sociedade e pela academia, em prol do próprio desenvolvimento do Estado,
que tem passado por uma mudança de paradigma outrora era extrativista e passa
agora por uma mudança de agregação de valores e uma verticalização da produção.
Toda cadeia produtiva pode ser melhorada, potencializada em função do uso de
tecnologias sociais limpas, como fontes alternativas de energia,
reaproveitamento de água, entre outros. Não só pelas empresas, mas pela
sociedade como um todo. Nesse sentido, a Alcoa está de parabéns por esta ação”,
comenta Leonardo Bello.
A meta agora é buscar a certificação LEED na categoria Novas
Construções e Grandes Projetos. Como diferencial, a certificação agrega à
construção civil a melhoria da qualidade de vida da população, contribuindo com
a preservação do meio ambiente com responsabilidade social e consciência
ecológica. “A certificação LEED para mim é novidade. Essa troca de informação é
muito importante para você agregar valor e trocar experiência, a fim de buscar
o desenvolvimento da mineração no Pará de forma sustentável, considerando não
só a questão ambiental, mas social também”, afirma o participante Edwin Soeiro,
engenheiro ambiental do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
De acordo com Fábio Abdala, gerente regional de
Sustentabilidade da Alcoa, o objetivo do Painel é justamente permitir a
discussão de questões relevantes não só para a Alcoa, mas para todo o Pará.
“Nestes encontros, que acontecem a cada dois meses, pretendemos promover um
intercâmbio educacional entra a sociedade, governos e especialistas, estimulando
a troca de tecnologias e a disseminação de informações qualificadas, a fim de
garantir o fortalecimento e o desenvolvimento sustentável do mercado mineral
paraense”, afirma.
Agora, as engenheiras paraenses Raíza e Jorgeane seguem
neste fim de semana para Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), onde visitarão o
escritório corporativo da Alcoa, que serviu de inspiração para o
desenvolvimento do projeto de inovação desenvolvido para Juruti. A visita
incluirá ainda o Centro de Tecnologia Alcoa e a planta industrial de Cleveland.
Segundo Raíza, que é natural de Belém, esta chance fará a diferença não só na
implantação do projeto de Juruti, mas também no desenvolvimento de outras
iniciativas na área de tecnologias verdes. “Conhecer a unidade da Alcoa de
Pittsburgh ampliará a minha visão do negócio Companhia. A expectativa é
angariar novos conhecimentos e trocar experiências com as pessoas que
idealizaram o projeto que serviu de espelho para nós e aprimorar nosso
trabalho”, comenta.
Para Jorgeane, que é
de Oriximiná (PA) e começou sua trajetória no programa de estágio ainda na fase
de implantação do projeto em Juruti, compor a equipe de engenheiros da empresa
é motivo de orgulho e serve de incentivo a formação de novos profissionais na
própria região. "Eu creio que com estudo e com a busca por qualificação,
você tem essa oportunidade. Tanto em Santarém, como em Oriximiná, já existem
universidades onde é possível fazer cursos de graduação, o Senai oferece cursos
técnicos, entre outros programas, como o Jovem Aprendiz, que dão oportunidade
de ingresso na empresa, com grandes chance de crescer dentro da
Companhia", conclui.
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