Arnaldo Jordy falou sobre os rumos do partido na região. |
Com
a presença do deputado federal e presidente estadual do MD, Arnaldo
Jordy, o recém-criado partido realizou na manhã deste domingo (19), em
Santarém, seu encontro regional. A construção da nova sigla e os
projetos desenvolvimentistas que estão acontecendo no
Pará foram os assuntos abordados pelos participantes. O evento ocorreu
na Câmara Municipal de Vereadores e contou com a presença dos vereadores
eleitos pelo antigo PPS Dayan Serique (Santarém), Pedro Nogueira
(Óbidos), Lúcia Braga (Alenquer) e Macedônio (Uruará). O prefeito de
Uruará, Everton Moreira, entre outras lideranças regionais, também
prestigiou o evento. O presidente do antigo PPS Francisco Badi e seu
vice Nerivaldo César compuseram a mesa. O grupo Batuque do Carimbó e a
cantora Larisse Sena fizeram apresentações durante o encontro. Mais de
300 pessoas participaram.
Dada
a palavra à mesa, o vereador Dayan Serique destacou o espaço que o PPS e
o PMN conseguiram em Santarém e que, segundo ele, tem se refletido no
Oeste paraense. Ele colocou como exemplo os colegas que estavam à mesa,
que vieram de outras
cidades. “É um projeto que cresceu graças ao trabalho de nossa
militância”, frisou.
O
prefeito de Uruará, Everton Miranda, destacou o esquecimento do Oeste
do Pará por lideranças regionais e nacionais. Ele parabenizou o deputado
Arnaldo Jordy por sempre está presente no interior do estado. Miranda
fez duras críticas ao processo de construção da usina de Belo Monte, que
afetará indiretamente sua cidade. Segundo ele, as ações de compensações
e condicionantes não estão sendo cumpridas. “Fico satisfeito quando
vejo lideranças aqui. As condicionantes da hidrelétrica de Belo Monte
não estão sendo cumpridas. Peço apoio para que a mesma coisa não ocorra
com as usinas do Tapajós. As condicionantes
têm de serem realizadas antes do projeto concluído e isso não está
acontecendo” argumentou Everton Miranda.
O
deputado federal Arnaldo Jordy, após saudar os participantes do
encontro, elogiou a apresentação do grupo de Carimbó. O parlamentar
disse que em outra ocasião a fusão entre PPS, PMN e PHC já havia sido
debatida. Ele destacou que é difícil fazer política no Brasil agregando
alguns valores e defendendo bandeiras que primam pelo desenvolvimento social.
Disse ainda que, pela história do
PMN, não há junção de “seres estranhos”. “Não há agressão doutrinária, programática ou filosófica”, pontuou.
Para
Jordy, o processo de fusão entre PPS e PMN foi precipitado antes pela
conjuntura política. Jordy disse que o MD vai manter a sua assinatura de
partido ficha limpa. “Nessa fase de transição, no Pará, as executivas e
os diretórios do MD passaram a ser dirigidos pelas lideranças que
estavam à frente do PPS. Foi um consenso entre as siglas. Não vamos
mudar a nossa assinatura, a concepção de um partido sério, decente,
ficha limpa. Políticos com mandatos já procuraram
o MD, mas que são incompatíveis com a ideologia do MD”, informou.
O
parlamentar falou sobre o crescimento da sigla no oeste paraense e
criticou deficiências no estado que não conseguem resoluções por parte
dos governos. “O PPS nas últimas eleições municipais foi o que mais
cresceu. Cresceu em função de sua militância, quadros, estratégia, e
ações. Porque construímos esse crescimento. 40% da população do Pará
vivem abaixo da linha da pobreza. 2 milhões de pessoas sem água potável.
O Pará se notabiliza pela violência contra crianças e adolescentes”.
Jordy
chamou a atenção para o uso dos investimentos que serão efetuados no
estado nos setores de mineração e energia. “Será premiado [o Pará] com
recursos e investimentos na área de mineração e energia na ordem de R$
100 bilhões. Esse investimento não se reflete em desenvolvimento com
justiça social. Lamentavelmente, a nossa representação política está
distante desse desafio. Eles [os políticos] pensam que esse cenário deve
ser revertido em favor de seus interesses particulares. Nossos
senadores brigam todo domingo para saber quem roubou mais no Pará.
Consomem os dois maiores veículos de comunicação do estado. Esquecem os
debates necessários à vida da população”, disparou Jordy.
O
deputado federal lembrou que, em
Brasília, está ocorrendo uma “guerra fiscal onde cada estado puxa para
si”. Os assuntos de interesse da população não recebem a devida
importância. “Num debate para discutir o FPE compareceram apenas três
deputados federais”, exemplificou.
Ele
criticou o modelo do pacto federativo e disse que os estados da
Amazônia são tratados e vistos como meros fornecedores. “Precisamos
fazer uma revolução nisso. No pacto federativo, o estado do Pará é um
mero almoxarifado do Brasil. O modelo de Tucuruí vai se repetir nas
usinas do Tapajós. Eles querem saber de colocar empreiteiras que
financiam as campanhas eleitorais”, pontuou. “Em Belo Monte, prolifera a
prostituição, escravidão, violência. Todos os efeitos colaterais
previsíveis. Isso
aconteceu em Tucuruí. Tragédia anunciada. Este modelo não nos
interessa. Boa parte dos investimentos de Belo Monte não tem
concorrência do empresariado local. O fisco da energia elétrica difere
do dos royalties do petróleo. Porque o fisco da energia é no consumo e
não na fonte? Porque ninguém levanta essa bandeira e ninguém compra esse
briga?”, finalizou Jordy.
Após os debates, o vento encerrou às 13h20min.
Assessoria de Comunicação do MD/Santarém
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