Da Agência Brasil:
O vice-assessor de Segurança para Comunicações Estratégicas
da Presidência dos Estados Unidos, Ben Rhodes, informou hoje (5) que o
presidente Barack Obama deverá explicar pessoalmente à presidenta Dilma
Rousseff "a natureza dos esforços de inteligência" do governo
americano, após denúncias de que conversas da chefe do governo brasileiro
teriam sido espionadas pela Agência Nacional de Segurança (NSA) daquele país.
No último fim de semana, reportagem da TV Globo denunciou a
existência de documentos secretos vazados por Edward Snowden, ex-funcionário de
uma empresa terceirizada que prestava serviços para a NSA. Os documentos
indicam que a agência monitorou conversas de Dilma com seus assessores.
Agora, Obama deverá aproveitar a cúpula do G20, que começou
hoje na Rússia, para se encontrar com Dilma e explicar melhor aos brasileiros o
que os Estados Unidos fazem e o que não fazem, "para entender melhor suas
preocupações", disse Ben Rhodes.
"A relação com o Brasil é muito importante [para os
EUA], não apenas nas Américas, mas no mundo", ressaltou Rhodes.
"Entendemos o quanto isso [a questão de espionagem] é importante para os
brasileiros. O que estamos fazendo neste caso, como fizemos desde que as
revelações sobre a NSA vieram à tona, é olhar amplamente as alegações e os
fatos", acrescentou o assessor da Casa Branca.
O assessor da Casa Branca informou que são coletados dados
de inteligência sobre praticamente todos os países. "Se há preocupações
que possamos esclarecer, faremos isso." As revelações de espionagem
causaram mal-estar na relação bilateral e colocaram em dúvida a visita de
Estado que Dilma deve fazer aos Estados Unidos em outubro.
Hoje o Palácio do Planalto confirmou o cancelamento da ida
aos Estados Unidos, neste sábado (7), de uma equipe brasileira que faria os
preparativos da viagem oficial da presidenta. O governo não confirma se a
equipe agendará nova data para a viagem.
Na segunda-feira (2), o ministro das Relações Exteriores,
Luiz Alberto Figueiredo, considerou o episódio "uma inadmissível e
inaceitável violação da soberania brasileira". O chanceler pediu
"explicações formais por escrito", ainda que adotando cautela quanto
a eventuais retaliações brasileiras.
A assessoria do vice-presidente americano, Joe Biden, disse
que os Estados Unidos "continuarão a trabalhar com as autoridades
brasileiras" para explicar as denúncias de espionagem e acrescentou que
"o convite para a visita de Estado da presidenta Dilma Rousseff reflete o
interesse do país em aprofundar este relacionamento".
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