Caravana Pro Paz começa jornada pela região do Baixo Amazonas

Da Agência Pará:

Com uma perspectiva de cerca de 1,5 mil atendimentos em saúde por dia, a Caravana Pro Paz deu início, nesta terça-feira, 15, a mais uma jornada de trabalho no interior do Estado, desta feita pela região do Baixo Amazonas. O ferry boat do projeto atracou no trapiche municipal da prefeitura de Limoeiro do Ajuru, onde permanece até esta quarta-feira, 16, oferecendo serviços como atendimento médico em diversas especialidades, exames e distribuição de medicamentos. Ao todo, serão visitados nesta etapa 19 municípios, num período de quase 80 dias.

A Caravana Pro Paz permanece até esta quarta-feira, 16, no município de Limoeiro do Ajuru. Depois, segue para Oeiras do Pará; Bagre; Portel; Gurupá; Porto de Moz; Senador José Porfírio; Vitória do Xingu; Almeirim; Prainha; Monte Alegre; Alenquer; Curuá; Óbidos; Oriximiná; Terra Santa; Faro; Juruti e Santarém.

Segundo a gerente do Pro Paz, Cláudia Vinagre, o programa trabalha com duas vertentes: portas abertas e a demanda referenciada pelas secretarias de saúde dos municípios contemplados. Para ser atendido, o cidadão precisa apenas apresentar o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). “A partir daí, é emitido para esse usuário o cartão do Pro Paz, que representa o cadastro dele no nosso sistema, para que na próxima passagem do programa, os profissionais já tenham um arquivo com a vida clínica e evolução do paciente. Além disso, o cartão do Pro Paz também contém o número do cartão do SUS, fazendo com que ele possa ser normalmente apresentado na rede pública de saúde”, ressalta.

A diretora de Políticas de Atenção Integral à Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), Dione Cunha, explicou que, além das consultas nas áreas de ginecologia; reumatologia; neurologia; clínica médica; dermatologia; urologia; cardiologia e pediatria, os usuários da Caravana ainda têm acesso a exames como ultrassom (obstétrica, pélvica, de abdômen total, de mama, de próstata e com doppler); preventivo do câncer de colo do útero; testes de HIV, hepatites e sífilis; PSA; pressão arterial; glicemia; peso e altura.


“A maioria das pessoas não tem acesso às especialidades oferecidas pelo programa e muitas vezes precisam apenas de orientações. Há mulheres aqui que nunca tinham feito um exame preventivo, por exemplo”, destaca. Nesta edição da caravana, uma das novidades é a presença de uma médica patologista, o que já está ajudando a acelerar o resultado dos exames realizados no âmbito do programa.

“O nosso foco é o exame preventivo do câncer de colo de útero. É a detecção precoce, que ajuda a evitar futuras causas de mortalidade”, diz a médica Sandra Ribeiro, acrescentando que a meta é realizar o laudo de 160 exames por dia de atendimento: “As doenças mais comuns entre as mulheres, pelo que já temos observado, são as vulvovaginites, como as candidíases e o HPV. Com essas pacientes, também conversamos sobre a importância de fazer o exame preventivo, pois, muitas vezes, as famílias nem falam sobre esse assunto”, enfatiza.

A mesma opinião tem a médica Rafaela Cavalcante, que trabalha com ultrassom de gestantes. Segundo ela, o Ministério da Saúde recomenda que, durante a gravidez, sejam realizados três ultrassons, mas, em muitos casos, nenhum exame como esse é realizado. “O objetivo do ultrassom é a prevenção, detecção e rastreio de possíveis doenças materno-infantis. É muito importante para acompanhar e prevenir possíveis intercorrências e intervir de forma mais rápida, além de verificar o peso e o crescimento do bebê”, informa.

O trabalho está beneficiando mulheres como a jovem Naiara Braga, de 17 anos. Moradora da comunidade do rio Japiim Grande, a duas horas e meia de barco da sede de Limoeiro do Ajuru, ela está grávida de seis meses e foi graças à Caravana que descobriu o sexo do bebê que espera, uma menina. “Eu ainda não tinha feito nenhum ultrassom e tinha muita vontade de saber o sexo do bebê, estou feliz e realizada agora”, conta.

A médica pediatra Izelene Silva, que participa da Caravana pela primeira vez, diz que o trabalho beneficia não apenas as pessoas atendidas, mas também os profissionais que têm essa oportunidade. “Uma das coisas mais interessantes é percebermos que, entre essas populações, as doenças mais comuns são parasitoses, anemias e desnutrição, muito em função da alimentação inadequada, o que acontece mais por falta de conhecimento mesmo. Quando a gente participa de uma ação como essa é que a gente vai perceber de perto as dificuldades do país”, detalha.

O prefeito de Limoeiro, Amarildo Pinheiro, fez questão de agradecer pessoalmente aos profissionais envolvidos na Caravana, que pela primeira vez chega ao município de 26 mil habitantes, distante oito horas de barco de Belém. “Para nós é motivo de muita alegria e satisfação receber esse trabalho, não só na nossa cidade, mas com certeza em todas as cidades ribeirinhas, que têm muitas dificuldades de acesso a determinados serviços de saúde, sobretudo a algumas especialidades mais complexas, como é o caso do neurologista”, cita.


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