Da Agência Pará:
Neste domingo (26), comemora-se o Dia Mundial de Luta Contra
a Hanseníase, celebrado anualmente desde 1954 no último domingo de janeiro. Em
alusão à data, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) lembra que a
doença tem cura e que o diagnóstico precoce reduz a transmissão e o risco de
deformidades físicas.
Segundo o médico dermatologista da Coordenação Estadual de
Controle da Hanseníase da Sespa, Carlos Cruz, o controle da doença depende do
diagnóstico precoce, uma vez que, identificada uma pessoa com os sinais e
sintomas, ela e seus contatos (pessoas do convívio) iniciam imediatamente o
tratamento. “Assim que o tratamento é iniciado, a pessoa deixa de transmitir da
doença”, afirma.
Os principais sinais e sintomas da hanseníase são sensação
de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades; manchas brancas ou
avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio, dor e tato;
áreas da pele aparentemente normais que têm alteração da sensibilidade e da
secreção de suor; caroços e placas em qualquer local do corpo; e diminuição da
força muscular (dificuldade para segurar objetos).
A transmissão ocorre pela respiração, por meio do contato
com o doente de hanseníase que não está sendo tratado. O tratamento dura de
seis a doze meses, dependendo da forma de manifestação da doença, e está
disponível nas Unidades Básicas de Saúde, onde o doente recebe todos os
medicamentos gratuitamente por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Os
remédios são específicos e distribuídos pelo Ministério da Saúde.
O coordenador estadual de Controle da Hanseníase, Luiz
Augusto de Oliveira, informa que, em 2013 (dados parciais), o Pará registrou
2.679 casos novos, dos quais 373 em crianças menores de 15 anos de idade,
contra 3.862 em 2012, dos quais 371 em crianças menores de 15 anos. A taxa de
cura da hanseníase no Estado está perto de 79%, mas a meta do Pará é 88%, e o
ideal é 90% de taxa de cura.
Quanto à taxa de abandono do tratamento, está em 5,3%,
segundo o coordenador, o que é considerado ótimo, já que o ideal é que esteja
abaixo de 10%. Também é boa a taxa de contatos que foram examinados no Estado,
72,6%, uma vez que o Ministério da Saúde preconiza 75%.
Segundo Luiz Augusto, este ano o Ministério da Saúde, em
conjunto com o Estado e municípios, fará novamente, a partir de maio, a
Campanha Nacional de Geomitíase e Hanseníase, que examina crianças nas escolas.
Ano passado, foram identificadas 373 crianças com hanseníase em todo o Brasil,
das quais 72 no Pará, a maioria delas (13) no município de Rondon do Pará.
Por falta de informação, o preconceito é um dos principais
problemas ainda enfrentados pelas pessoas acometidas pela doença. Por isso, é
importante ressaltar que ela tem cura e que ninguém precisa ficar isolado para
se tratar, como ocorreu há muitos anos no Brasil e aqui Pará, quando homens e
mulheres atingidos pela hanseníase foram isolados nas “colônias de
hansenianos”, como em Marituba e Igarapé-Açu, e afastados dos filhos, que até
hoje sofrem as consequências da segregação.
O papel da Sespa é principalmente de assessoria e apoio aos
municípios e capacitação de profissionais para atuarem no Programa de Controle
da Hanseníase. Em 2013, foram capacitados 270 profissionais médicos e
enfermeiros dos municípios dos 13 Centros Regionais de Saúde. Um dos obstáculos
enfrentados é a grande rotatividade dos profissionais nos municípios.
Segundo Carlos Cruz, a Sespa também firmou parceria com a
Universidade Federal do Pará (UFPA) para atualização dos professores de
dermatologia, visando à melhor formação dos profissionais de saúde no Estado,
para que saibam identificar a hanseníase no início dos primeiros sinais. As
pessoas com sinais e sintomas de hanseníase devem procurar a Unidade Básica de
Saúde mais próxima de casa.
Texto:
Roberta Vilanova
Fone: (91) 4006-4822 / 4823 / (91) 8116-7719
Secretaria de Estado de Saude Publica
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