Documento elaborado pelo Centro da Indústria do Estado do
Amazonas (CIEAM) em defesa do fortalecimento da bioindústria local recomenda a
transferência da gestão do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) para a
Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Assim, no entendimento
do CIEAM, no dia seguinte à transferência, com acompanhamento e suporte de
instituições locais e regionais, o equacionamento jurídico já contaria com os
subsídios técnicos e conhecimento científico existentes na Embrapa para
alavancar seu potencial de pesquisa e desenvolvimento de projetos em fármacos,
cosméticos e segurança alimentar.
A recomendação tem apoio de diversas entidades de classe
locais e deverá ser protocolado nos ministérios do Desenvolvimento da Indústria
e do Comércio Exterior (MDIC), Ciência e Tecnologia (MCT) e do Meio Ambiente
(MMA), que detêm o projeto do CBA. Com a transferência para a Embrapa, a gestão
do órgão deixaria de ser atribuição da Suframa (Superintendência da Zona Franca
de Manaus).
“A Embrapa é uma
instituição consolidada, que pode contribuir de forma efetiva com o
desenvolvimento de novas matrizes econômicas da Amazônia, diante da
biodiversidade local, a ser explorada de forma organizada”, afirma Wilson
Périco, presidente do CIEAM.
Com menos de 30% de sua estrutura em funcionamento, e sem um
modelo de gestão definido, o CBA não possui registro no Cadastro Nacional de
Pessoa Jurídica (CNPJ). Dentro do seu escopo, destaca-se o desenvolvimento de
incubadora de empresas, atualmente com apenas um empreendimento participando do
projeto.
Inaugurado em 2002, o CBA se tornou a esperança para o
desenvolvimento da bioindústria regional, com a realização de pesquisas para a
formação de uma nova cadeia produtiva, mostrando ao mundo as riquezas da floresta,
de forma legal e organizada, sem danos ao meio ambiente e ao País. Desde a sua
criação, a entidade recebeu R$ 91 milhões de investimentos, exclusivamente das
verbas da Suframa, limitando a sua atuação.
Entre os principais objetivos do CBA, destaca-se o incentivo
ao desenvolvimento local de produtos, processos e serviços biotecnológicos, nas
áreas de saúde humana, agronegócio e industrial, visando sua comercialização e
inserção em cadeias produtivas nacionais e globais. Também promove o conhecimento
da biodiversidade amazônica, associado às tecnologias necessárias ao seu
aproveitamento econômico, agregando valor à região.
“Acreditamos que a melhor solução para essa evolução é a
transferência da gestão do CBA para a Embrapa. Com equipe treinada e apta a
criar novas matrizes econômicas, a instituição está anos-luz à frente em termos
de desenvolvimento”, enfatiza o presidente do CIEAM.
Ascom CIEAM.
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