O Pará controla as sete endemias que ainda resistem no
Estado: dengue, malária, doença de Chagas, leishmaniose, raiva, ofidismo
(picada de cobra) e hantavirose (transmitida pelas fezes e urina de rato).
Aquelas com maior incidência foram reduzidas no mínimo mais de 38% de 2013 para
2014. A meta deste ano é diminuir a quase zero os casos de malária, segundo o
Departamento de Controle de Endemias da Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa).
Para o diretor do departamento, o pesquisador Bernardo
Cardoso, a erradicação é perfeitamente possível. “Em 2010 o Pará tinha 228 mil
casos de malária, em 2011 começamos um trabalho que foi diminuindo
drasticamente os registros. Em 2013, foram 33 mil casos, e em 2014, 13 mil,
queda de 38,74%. Ainda que numericamente pareçam muitos, quando dissolvidos em
um território desse tamanho, vemos que não é tanto. Dos 144 municípios
paraenses, apenas 16 têm casos, e todos foram tratados, com nenhum óbito. Os
maiores problemas estão nos municípios em região de garimpo, onde faremos
visitas nesse ano”, explica.
Os primeiros dados de 2015 saem nesta quinta-feira (15), mas
a Sespa é otimista. Os casos de dengue caíram 62,35% de 2013 para 2014. “Foram
oito óbitos em 2013 e apenas dois no ano passado. De 7.958 casos confirmados,
caímos para 2.996 no mesmo período. Dos nove municípios com mais casos, todos
receberão as capacitações para as equipes de combate a endemias já fevereiro.
Parauapebas teve 510 casos no ano passado, seguido de Senador José Porfírio com
407”, revela.
O Pará é um dos Estados com os melhores índices de combate à
dengue do Brasil. “Em 2010, foram quase 40 mortes causadas por complicações com
a doença. Diminuímos a incidência do mosquito, e obviamente reduzimos os casos.
São Paulo é o Estado com mais casos, mas também é o mais populoso. Só para se
ter ideia, em Minas Gerais foram registradas mais de 180 óbitos por dengue”,
informa Bernardo Cardoso.
Chikungunya – Já o vírus Chikungunya também está controlado,
e não há registros de transmissões ocorridas dentro do Estado. “Nossa
preocupação com esse vírus é semelhante à que temos com a dengue. Para ambas as
doenças o tratamento é apenas paliativo, de suporte e de correção de sequelas,
então é preciso diminuir a incidência do mosquito transmissor”, diz o diretor
de Endemias da Sespa.
Dos 60 casos notificados do vírus, apenas 16 foram
confirmados. “Nenhum evoluiu para casos graves, e todos foram transmitidos fora
do Estado, na Guiana, Caribe e Oiapoque. Os casos se concentraram na Região
Metropolitana de Belém”, revela. A febre Chikungunya é causada por um vírus do
gênero Alphavirus e transmitida por mosquitos do gênero Aedes. Os sintomas da
doença são semelhantes aos da dengue – febre alta, dor muscular e nas
articulações, cefaleia e exantema – e costumam durar de três a dez dias.
Gabriela Azevedo
Secretaria de Estado de Comunicação
Agência Pará de Notícias
Atualizado em 12/01/2015 18:39:00
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