Itaituba e Altamira são sedes da quadrilha . |
As Polícias Civil do Pará e do Amazonas e a Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), em parceria com Secretaria
da Fazenda, Delegacia do Meio Ambiente, Ministério Público e Receita Federal,
deram início nesta terça-feira (23) à Operação Poseidon, levada aos municípios
de Itaituba e Altamira, no sudoeste paraense, e à capital amazonense, Manaus.
Deflagrada com o intuito de combater a pesca predatória e o tráfico de peixes
ornamentais e arraias, a operação resultou na apreensão de quatro armas de
fogo, dezenas de acaris e arraias, além da decretação de 19 prisões.
O gerente da Assessoria de Inteligência Corporativa,
Francisco Barbosa, explicou que a operação foi montada a partir de denúncias
recebidas na Secretaria de Meio Ambiente, que monitorou associações criminosas
interestaduais especializadas na captura predatória de espécies nos rios
amazônicos. Em geral, a rota do tráfico desses animais passa por Belém e
Santarém, no Pará, seguindo por Manaus, no Amazonas. “As informações levantadas
pela Semas foram repassadas à Polícia Civil dos dois estados, para que
atuássemos em conjunto”, disse Barbosa.
O delegado Marcos Mileo, que coordenou a ação, reiterou que
a investigação foi multidisciplinar, englobando órgãos estaduais, federais e do
Judiciário. “A partir da análise dos dados identificamos as associações
criminosas responsáveis pela comercialização ilegal dessas espécies. Os peixes
ornamentais e as arraias atingem valores significativos no mercado
internacional, para fins de ornamentação e biopirataria. As irregularidades
passam pela pesca predatória e o transporte inadequado dos animais, visto que
são conduzidos em meios inapropriados, com quantidade limitada de água e
oxigênio. É comum as espécies não sobreviverem", explica.
De acordo com a Polícia Civil, além do tráfico de animais e
da biopirataria, há outro crime envolvido nessa atividade, que é a lavagem de
dinheiro, uma vez que os valores recebidos pelos traficantes são reinvestidos
em empresas aparentemente lícitas. Em junho de 2016, a operção integrada
"Safe River", que mobilizou as polícias Civil e Militar, Semas e
Ministério Público Federal, resultou na apreensão de 58 arraias do tipo Jabota,
cuja comercialização é proibida, e mais de 400 acaris. Na ocasião, cinco pessoas
foram presas no aeroporto de Santarém quando tentavam embarcar para Manaus
transportando os animais em malas.
Agência Pará
Texto e foto
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