Presos recebem atendimento Técnico-Jurídico em Santarém

Mais de 550 detentos condenados do regime semiaberto e fechado custodiados no Centro de Recuperação Agrícola Sílvio Hall de Moura (CRASHM), em Santarém, tiveram os seus processos analisados durante o Mutirão do I Atendimento Técnico-Jurídico 2018 na unidade prisional. Ação é promovida pela Diretoria de Execução Criminal (DEC) da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe). O atendimento iniciou na última segunda-feira, 22, e segue até amanhã, 30.

Este é também o primeiro atendimento de 2018 no interior do Estado. Em 2017, o Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (Crama), Centro de Recuperação Regional de Tucuruí (CRRT) e o Centro de Recuperação Regional de Abaetetuba (CRRAB) receberam a ação, totalizando 3.606 atendimentos.

A iniciativa tem a finalidade de fazer um diagnóstico processual da população carcerária, analisar a situação jurídica de homens e mulheres já condenados e auxiliar as ações da Defensoria Pública e Tribunal de Justiça do Pará (TJPA). No total, quatro advogados da Susipe compõem a equipe itinerante do atendimento em Santarém.

“O que nós observamos durante o atendimento são presos que não possuem todas as documentações jurídicas, que têm processos em outras comarcas e informamos também a alguns internos sobre a previsão de benefícios”, informou a coordenadora de Presos Sentenciados da Susipe, Waléria Albuquerque.

Foi durante o atendimento que Geigliane Silva, 33, presa no CRASHM há dois anos e seis meses descobriu que foi beneficiada com a remição da pena e ganhará a sua liberdade condicional antes do esperado.

“Em 2016, eu estudei e no ano passado trabalhei fazendo alguns serviços aqui dentro, por isso a minha pena foi reduzida 40 dias e já devo sair no início de fevereiro. Fiquei muito feliz com a notícia. Agora o que eu mais quero é voltar pra casa e cuidar dos meus filhos”, disse a detenta natural de Óbidos.

A avaliação do processo só foi possível por meio do atendimento, como explica a coordenadora. “Ao analisar o processo da interna nós identificamos, através do sistema do TJE Libra, que já consta a remição da sua pena, porém o documento físico ainda não chegou até a casa penal. Então, nós protocolamos o pedido de livramento condicional para que seja cumprido os dias que foram remidos da pena e ela após a audiência como juiz já possa voltar para casa”, pontuou.

De acordo com a Diretoria de Administração Penitenciária (DAP) da Susipe, atualmente no CRASM estão custodiados 909 internos. Muitos destes com baixa escolaridade e sem condições de contratar um advogado. Para o diretor da unidade, Anderson Mardock Corrêa, a medida é importante por facilitar os trâmites judiciários e melhorar a gestão prisional.

“As orientações jurídicas são necessárias uma vez que os internos não possuem advogado particular e poucos procuram a Defensoria Pública. Muitos teriam que esperar ainda mais tempo para o andamento de seu processo, por exemplo. Outro fator importante é que ações como esta contribuem para a melhora do ambiente carcerário, pois eles percebem que os seus direitos estão sendo respeitados, que estão inclusive previstos na Lei de Execução Penal”, concluiu o diretor.





Por Agência Pará

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