Ampliação da hemodiálise no HRBA vai zerar fila na região

Simão Janete assina documento que vai permitir a expansão do serviço de hemodiálise.
O Hospital Regional do Baixo Amazonas, em Santarém, vai se tornar o maior centro integrado de nefrologia do Norte do Brasil. Com a expansão do serviço de hemodiálise, autorizada pelo governador Simão Jatene neste sábado (10), a unidade, que já é referência nesse atendimento em todo o oeste do Pará, vai praticamente triplicar o número de máquinas e zerar a fila de pacientes na região. O investimento chega a R$ 10 milhões, em obras e equipamentos, e segue a política do governo do Estado de descentralizar a assistência de média e alta complexidade para o interior.

“Vamos passar dos 200 pacientes que hoje atendemos mensalmente para 420, dobrando a capacidade de atendimento especializado. Serão cerca de 2,5 mil sessões a mais de hemodiálise por mês. Além disso, começaremos a fazer captação de rins de doadores falecidos, um novo serviço que se acopla aos transplantes que já fazemos no hospital. A ampliação, portanto, é a solução definitiva para o atendimento dessa demanda”, explicou o diretor geral do Hospital Regional de Santarém, Hebert Moreschi. Esta semana, informou, a unidade fez o 16º transplante de rim.

Ao chegar ao hospital para assinar a ordem de serviço que autoriza o início das obras, Jatene viu o projeto de expansão e visitou o centro de hemodiálise, onde conheceu mais sobre o serviço e conversou com pacientes. “O ideal, é claro, seria que pudéssemos evitar, ainda na atenção básica, que pacientes diabéticos, por exemplo, se tornassem renais crônicos, mas como isso ainda não ocorre, existe esse serviço aqui para amenizar o sofrimento de quem precisa de uma máquina de hemodiálise para sobreviver”, afirmou o governador.

Quando Simão Jatene assumiu o governo, em 2003, o Estado tinha apenas três hospitais de média e alta complexidade, e todos concentrados em Belém – a Santa Casa, o Ophir Loyola (na época Hospital dos Servidores) e o Hospital de Clínicas. Com a agenda que cumpre no oeste paraense nestes últimos dois dias, o governador assegurou recursos para que mais duas unidades da região, além do Regional de Santarém, passem a oferecer esse tipo de atendimento, nas cidades de Óbidos e Alenquer. Até o fim de 2018, o Pará terá 26 hospitais regionais nas 12 regiões de integração.

“Quando anunciei o projeto dos hospitais regionais, muita gente disse que isso era conversa de político, que levar esse tipo de atendimento para o interior do Estado era impossível e que, se as unidades fossem construídas, virariam elefantes brancos. Não só os hospitais regionais paraenses são uma realidade hoje, como dois deles, o de Santarém e o Altamira, estão entre os melhores hospitais públicos do Brasil”, destacou Simão Jatene.

Acolhimento


A qualidade do atendimento, que faz do Hospital Regional de Santarém o mais premiado do Pará, pode ser comprovada em uma visita à unidade. Pacientes recebem o melhor tratamento, dentro da política de humanização que prevê, além do atendimento médico em si, o acompanhamento daquela vida assistida. Na central de hemodiálise, inaugurada em 2008, a equipe composta por cerca de 100 profissionais se esmera para acolher e oferecer, muitas vezes, o alento diante de um tratamento que pode ser longo e se tornar agressivo.

“Aqui me sinto como se estivesse em família. Todos são muito atenciosos e cuidadosos, desde o momento em que a gente chega à recepção até a hora em que o enfermeiro nos coloca na máquina. Com certeza, dessa forma, é menos doloroso ter que enfrentar essa situação”, atesta o pedreiro Francisco Elisson Silva, 33 anos, que faz sessões de hemodiálise de quatro horas, três vezes na semana. “Sem esse hospital, eu não estaria aqui de pé e não teria a esperança de poder, um dia, fazer um transplante para poder retomar a minha vida”.

“Aqui fazemos o atendimento completo, desde a parte ambulatorial até a terapia renal substitutiva. Essa é a terceira ampliação que o serviço recebe, o que demonstra a visão do governo do Estado de investir cada vez mais em serviços de saúde que são essenciais à população”, diz o nefrologista Henrique Rebello, que faz parte da equipe do Hospital Regional de Santarém. “O atendimento é altamente especializado e qualificado, seguindo as normas, para oferecer ao paciente, de maneira completa, a assistência de que ele precisa”.

Balanço


Em 2017, o Hospital Regional do Baixo Amazonas atingiu a marca de 814.591 atendimentos, incluindo procedimentos cirúrgicos, internações, consultas, exames e atendimentos de urgência e emergência. Moradores de 21 municípios do oeste do Pará foram beneficiados com diferentes serviços de saúde. O total é 12% superior a 2016, quando foram realizados 728.754 atendimentos. No ano passado, a unidade fez 11 transplantes de rins, 12 captações de órgãos, as primeiras cirurgias bariátricas do oeste do Pará e a primeira cirurgia cardíaca do interior do Estado. Os avanços significam maior qualidade de vida para quem depende dos serviços de saúde

Em todo o Estado, o serviço de hemodiálise vem sendo ampliado. Em Capanema, no nordeste paraense, 20 máquinas começaram a funcionar em parceria com um hospital privado. Em Castanhal, na mesma região, foram inauguradas recentemente 67 máquinas concentradas num espaço de grande porte. O serviço será ampliado ainda em Abaetetuba. Tucuruí, no sudeste do Estado, terá serviço de hemodiálise numa parceria com a Eletronorte. Esses investimentos serão feitos ao longo do ano.




Agência Pará
Por Luiz Carlos Santos

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