Uma operação de combate à lavagem
de dinheiro foi desencadeada nos estados do Pará e Amazonas, nesta
segunda-feira (12). Batizada de "Washed Bread" (tradução em
português: "Pão Lavado"), a operação apontou para o desempenho de
atividades criminosas de empresários, alguns ligados ao ramo de panificação, em
relação ao tráfico de drogas. Segundo as investigações, as movimentações
financeira e patrimonial não são compatíveis com a atividade desempenhada. Até
o momento, foram cumpridos 31 mandados - 25 no Pará e seis no estado do
Amazonas. Em Santarém, oito pessoas foram presas preventivamente e quatro
flagrantes ainda estão em andamento.
Pelo menos quatro empresas de
Santarém são alvos das investigações que apuram um esquema que pode chegar a
aproximadamente R$ 25 milhões em movimentações financeiras ilegais. Dinheiro do
tráfico de drogas que estaria abastecendo diversas contas bancárias.
Durante a operação, que conta com
o apoio da Superintendência de Polícia Civil do Baixo Amazonas, Delegacia do
Interior, Núcleo de Inteligência Policial e Secretaria Executiva de
Inteligência do estado do Amazonas, um ex-servidor da Câmara Municipal de
Santarém foi preso.
"Um empresário foi servidor
comissionado na Câmara Municipal, até março de 2017, e verificou-se que,
através de documentações já obtidas com a Câmara e análises feitas, ele
efetivamente não laborou durante o período, configurando o crime de
peculato", informou o delegado Rafael Augusto de Andrade, um dos
responsáveis pela operação, durante coletiva de imprensa realizada no auditório
do Centro de Governo do Baixo Amazonas, no final da manhã desta segunda.
Associação criminosa - A Polícia Civil classificou como
"associação criminosa" o esquema descoberto a partir de sete meses de
investigações. Empresários usavam empresas ligadas ao setor de panificação, por
exemplo, para lavar dinheiro do tráfico de drogas, praticando valores abaixo de
mercado, aumentando substancialmente seu patrimônio.
"São investigados hoje
crimes de peculato, tráfico e associação para o tráfico e lavagem de dinheiro,
essencialmente dado o grande volume movimentado nessas contas correntes em
exíguo espaço de tempo. Não há uma evolução patrimonial compatível com as atividades
empresariais desenvolvidas”, reitera Rafael Andrade.
De acordo com a Polícia Civil, as
empresas investigadas têm ligação com o setor de gêneros alimentícios,
refrigeração e, também, como o ramo de motocicletas. “Algumas empresas foram
abertas de direito, mas fechadas de fato e algumas já fechadas efetivamente,
mas que também se utilizaram para fazer esse mecanismo de lavagem”, destacou o
delegado. A Polícia Civil continua a cumprir mandados de prisão, busca e
apreensão.
Fonte: Ag. Pará
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