Lula cai; Heloísa oscila entre 6% e 10% das intençõesde voto

A última pesquisa DATAFOLHA demonstra que a crise política resultante das denúncias de corrupção nogoverno atinge a popularidade de Lula e revela ocrescimento da candidatura de Heloísa Helena,pré-candidata a presidente pelo P-SOL. Lula continua favorito, mas perde vantagem emsimulações de segundo turnoSubstituindo o presidente, Palocci obtém entre 4% e 6%das intenções de votoApesar da crise política que envolve seu governo e quecomeça a afetar sua popularidade, Lula continua como omais forte nome para a eleição presidencial de 2006. Opetista lidera nos três cenários testados peloDatafolha, que se diferenciam por alternar nomes doPSDB e, em relação à pesquisa anterior, realizada em16 de junho, não foram verificadas alterações além damargem de erro, de dois pontos percentuais, para maisou para menos. Em nenhum dos cenários investigadosLula estaria eleito já no primeiro turno. A pesquisatambém mostra diminuição da vantagem de Lula emrelação a três de seus possíveis adversários em umeventual segundo turno.O prefeito de São Paulo, o peessedebista José Serra, éo provável adversário que teria mais chances contraLula. Se a eleição fosse hoje, 34% dos brasileirosvotariam em Lula e 25% em Serra. Em relação aolevantamento anterior, a intenção de voto em Lulaoscilou positivamente (era de 33%), enquanto a taxados que votariam em Serra oscilou para baixo (era de27%). Bem atrás na disputa, vêm Anthony Garotinho(PMDB), com 9%, Heloisa Helena (P-SOL), com 6%, CesarMaia (PFL), com 4%, e Roberto Freire (PPS), com 2% dasintenções de voto.Contra Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso, avantagem de Lula é maior. No cenário em que o nome dogovernador do estado de São Paulo representa o PSDB,Lula tem 36% das intenções de voto (percentualidêntico ao verificado na pesquisa anterior). GeraldoAlckmin obtém 16% das preferências, seguido de pertopor Anthony Garotinho, com 12%. Fernando HenriqueCardoso atinge 15%, à frente de Garotinho, que ficacom 10% nesse cenário.Também foram testados, nessa pesquisa, cenários com asubstituição de Lula pelo ministro da Fazenda, AntonioPalocci, hipótese que vem sendo aventada nos meiospolíticos, desde que o escândalo do "mensalão" ganhouforça.Palocci não se mostra, por ora, um nome tãocompetitivo quanto Lula, ficando longe da liderança, etendo como adversários mais próximos Heloisa Helena,Cesar Maia e Roberto Freire. Ele obtém 4% dasintenções de voto no cenário com Geraldo Alckmin, 5%na disputa com José Serra e 6% quando o candidato doPSDB é Fernando Henrique Cardoso.Com a ausência de Lula, a disputa pela Presidência sepolariza entre o PSDB e o peemedebista AnthonyGarotinho. A pré-candidata do P-SOL, Heloisa Helena,chega a 10% no cenário com Fernando Henrique Cardoso.A parcela de eleitores que optariam por anular o votoou votar em branco supera os 20% nos três cenáriostestados, e atinge 27% na hipótese com oex-presidente. José Serra é, mais uma vez, o peessedebista com maiorpotencial: o prefeito de São Paulo teria, hoje, 28%dos votos, o dobro do que obteria Anthony Garotinho(14%). Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardosoempatam com o possível candidato do PMDB, em razão damargem de erro da pesquisa, de dois pontospercentuais, para mais ou para menos. No cenário comAlckmin, 20% votariam no governador paulista e 17% emGarotinho. No cenário com Fernando Henrique, oex-presidente obtém 17%, e o peemedebista fica com 16%das intenções de voto.A análise dos resultados levando-se em consideração opartido de preferência dos entrevistados mostra quePalocci não provoca grande entusiasmo nem mesmo nossimpatizantes de seu partido, o PT. Os petistas, emsua maior parte, se distribuem entre os outroscandidatos, ou preferem votar nulo ou anular o voto.No cenário contra Serra, por exemplo, 18% dossimpatizantes do PT votariam no peessedebista, ante12% que optariam pelo candidato de seu partido.As simulações de segundo turno mostram diminuição davantagem de Lula em relação a três de seus possíveisadversários. No caso de José Serra, chega a ocorrer umempate entre os dois, no limite da margem de erro dapesquisa.Se o segundo turno da eleição presidencial fosse hoje,e a disputa fosse entre Lula e Serra, 45% votariam nopetista e 41% no peessedebista. Como a margem de erroé de dois pontos percentuais, para mais ou para menos,Serra pode ter, no máximo, 43%, o percentual mínimo deLula. Assim, ocorre um empate, mas a probabilidade deLula estar à frente é maior. A pesquisa de junhomostrava Lula, com 46%, à frente de Serra, com 40%.Contra Geraldo Alckmin, a vantagem de Lula em umhipotético segundo turno, caiu de 26 (54% a 28%) para16 pontos percentuais (49% a 33%).Quando o adversário é Fernando Henrique Cardoso,verifica-se estabilidade: Lula venceria, hoje, com52%, deixando seu antecessor em segundo lugar, com 29%dos votos. Em junho esses percentuais eram,respectivamente, 53% e 29%.A diferença entre Lula e Anthony Garotinho em umeventual segundo turno também se estreitou: era de 30pontos percentuais em junho (54% a 24%) e é hoje de 24pontos (51% a 27%).Assim como ocorre nas simulações em relação aoprimeiro turno, Antonio Palocci não se mostracompetitivo em um hipotético segundo turno. Em quatrohipóteses testadas, o petista obtém taxas de intençãode voto inferiores às de votos brancos e nulos.José Serra teria, hoje, 54% dos votos, em uma disputacontra o atual ministro da Fazenda, que ficaria com18%. Também derrotariam Palocci, hoje, o governadorGeraldo Alckmin (41% a 20%), o ex-presidente FernandoHenrique Cardoso (38% a 26%) e Anthony Garotinho (41%a 23%).A intenção de voto espontânea em Lula, ou seja, aquelana qual o entrevistado diz em quem pretende votar em2006, sem que veja os cartões circulares com os nomesdos possíveis candidatos, é de 22%. O petista éseguido de longe por Serra (4%), Fernando HenriqueCardoso, Geraldo Alckmin (2%, cada) e AnthonyGarotinho, (1%). Pretendem votar em branco ou anular ovoto 8%. Não sabem dizer, de maneira espontânea, emquem têm a intenção de votar, 55%.A pesquisa mostra ainda que José Serra, no momento onome mais forte para enfrentar Lula na eleiçãopresidencial de 2006, têm uma taxa de rejeição queequivale à metade da obtida por Lula: hoje, 12% nãovotariam em Serra para presidente de jeito nenhum,ante 25% que descartam totalmente o nome do atualpresidente como candidato em quem poderiam votar em2006. Geraldo Alckmin é o possível candidato com menortaxa de rejeição: 9%. Cerca de um terço (29%) nãovotaria de forma alguma em Fernando Henrique Cardoso.Não votariam de jeito nenhum em Anthony Garotinho 24%e em Cesar Maia 21%. Completam a lista Antonio Palocci(16% de rejeição), Roberto Mangabeira Unger, RobertoFreire (14%, cada) e Heloisa Helena (13%). Votariam emqualquer um desses possíveis candidatos 8%, e nãovotariam em nenhum deles, 5%.Clique aqui para ler a reportagem na íntegra, com osgráficos e tabelas das pesquisas.
Fonte: Datafolha, 23 de julho de 2005.

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