Surpresa
O ex-presidente Itamar Franco surpreendeu o ex-governador Anthony Garotinho em Juiz de Fora. Em vez de apoio ao pré-candidato do PMDB à Presidência, Itamar anunciou a disposição de também disputar a indicação na convenção partidária. Garotinho reagiu com elegância e anunciou a adesão de dirigentes da sigla em seis estados à sua indicação.


Pedra no Caminho
Enquanto Lula decora o nome dos novos ministros, Palocci tropeça outra vez no amigo Buratti, aquele com cara de açougueiro que rouba no peso.


Velhinhos
O envelhecimento da população brasileira preocupa especialistas. Temem a implosão da Previdência Social diante da previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de que em 2050 o país terá mais de 34 milhões de idosos. Com 7,7 milhões de habitantes acima de 70 anos, o Brasil já é a oitava nação do mundo com moradores da terceira idade.


Intervenção
As raízes no ABC Paulista não impediram o governo federal de decretar a intervenção no Aerus, o fundo de pensão do setor aéreo. A decisão derruba as aspirações dos trabalhadores de resgatar entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões para salvar a Varig, bloqueando o dinheiro para os aposentados. Também foi decretada a liquidação extrajudicial dos dois planos de benefícios patrocinados pela Varig.


Varig
O juiz da 14ª Vara Federal do Trabalho do Rio de Janeiro, Evandro Guimarães, autorizou o arresto (embargo) dos bens e direitos da Varig na tentativa de assegurar o funcionamento da companhia. Segundo a liminar, está sob embargo judicial toda a estrutura de funcionamento da empresa: escritórios, hangares, balcões de atendimento, contratos de arrendamento das aeronaves e de prestação de serviços, a marca Varig, bem como o programa Smiles e toda a malha de linhas aéreas (doméstica e internacional). Segundo a empresa, até ontem à tarde não havia sido notificada. Segundo os advogados José Crescêncio e Geraldo Magela de Oliveira, autores da ação, o arresto dos bens e direitos seria para blindar a companhia contra uma falência, uma vez que o governo já declarou que não a socorrerá.



Falência: Varig cai do céu direto no inferno
Infelizmente , a Varig, que consolidara sua marca na aviação brasileira e internacional, está sucumbindo. O conjunto de agentes envolvidos -Fundação Rubem Berta, credores, funcionários- não foi capaz de articular alternativa viável para a reorganização da empresa. Diferentes modelos de recuperação foram propostos, mas todos acabaram abortados. No início do governo Lula, tentou-se a fusão entre a Varig e a TAM. O projeto malogrou, e a união foi desfeita. Em 2005, a empresa procurou proteção na nova Lei de Falências. O plano de recuperação judicial previa a demissão de trabalhadores, a redução da frota de aeronaves e a venda de subsidiárias. Com ativos estimados em US$ 1 milhão (cerca de R$ 2,2 milhões) entre espaços nos aeroportos -domésticos e internacionais- e licenças para voar, a empresa passou a deter menos de 20% do tráfego aéreo nacional. Suas condições econômico-financeiras foram entrando em franca deterioração, com dificuldades crescentes para recuperar suas posições e honrar seus compromissos. A Varig passou a acumular dívidas de mais de R$ 10 bilhões.



Novela Mensalão
A apresentação da denúncia contra 40 pessoas acusadas de envolvimento no escândalo do mensalão não encerrou o caso. O Ministério Público Federal inicia depois da Páscoa a segunda fase, que culminará com a apresentação de novas denúncias. Um dos alvos da Procuradoria da República é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os procuradores envolvidos na apuração do caso julgam ter detectado no inquérito uma lacuna que pode levar à responsabilização direta do presidente. Mantendo a discrição que marcou a primeira fase das investigações, o Ministério Público guarda suas suspeitas em segredo. Questionado, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, negou que o presidente Lula seja o novo alvo. O procurador afirmou, por meio de sua assessoria, que não vê, ao menos por ora, nenhum indício de envolvimento do petista. Vamos esperar o desenrolar dos capítulos.



Bicada tucana
A oposição acusou ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ser o responsável pela formação da "organização criminosa" que, segundo denúncia feita pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, é integrada por membros do governo e do PT. Apesar disso, parlamentares do PSDB e do PFL afirmaram que não pedirão o impeachment do presidente Lula para não serem acusados de golpismo nas eleições. "Quero dizer que esse fato envolve sim, diretamente, o presidente da República. Ele é responsável pelo governo. O grande responsável pela formação da quadrilha é o presidente da República", disse o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE). O procurador-geral denunciou 40 pessoas ao Supremo Tribunal Federal sob acusação de integrar uma "organização criminosa" comandada pelo ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) e pelos petistas José Genoino, Delúbio Soares e Sílvio Pereira. Lula foi poupado nessa parte do inquérito. Segundo o procurador-geral, não há elemento capaz de justificar uma ação penal contra o presidente.



Não sai
Sob bombardeio da oposição, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afastou ontem a possibilidade de deixar o cargo dizendo-se "absolutamente confortável". Ele assegurou que jamais pensou em sair do governo e manifestou a convicção de que continua tendo a confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Me sinto absolutamente confortável. Eu tenho a confiança do presidente, estou fazendo um trabalho muito sério no Ministério da Justiça. As denúncias, entre aspas, não têm consistência, de modo que eu estou trabalhando normalmente e vou tocar para a frente", disse o ministro, na saída de uma tumultuada audiência com anistiados políticos na Câmara dos Deputados: "O presidente não quer que eu saia", disse.

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