Câmara inerte

Nada. A Prefeita de Santarém, Maria do Carmo, não tem do que se queixar da Câmara de Vereadores, no que se refere a sua atuação no ano de 2007. Eles cumpriram piamente a cartilha do fica do meu lado, e calado. Alguns vereadores nem esperaram pelo chamado, mudaram de mala e cuia para alguma legenda da base aliada ao petismo e lá permaneceram, inertes.
O ano de 2007 não teve polêmica. As vozes da oposição foram lideradas pelos vereadores Erasmo Maia (DEM), Henderson Pinto (DEM) e Valdir Mathias Jr. (PV), todos ligados ao ex-prefeito de Santarém Joaquim de Lira Maia, que ensaia o seu retorno a disputa política pelo comando do Palácio Jarbas Passarinho este ano. O único representante do maior adversário do PT nas esferas estadual e nacional, o vereador Otávio Macedo (PSDB), não subiu uma única vez à tribuna da Casa para fazer qualquer crítica ou cobrança ao governo municipal.
A oposição limitou-se ao bate-boca de comparação competitiva entre as gestões de Lira Maia e Maria do Carmo. Foi pouco!
Sem mais preocupações para traçar o seu programa de governo e alinhado politicamente aos governos estadual e federal, o governo da “Cidade da Gente” não pode reclamar e nem fracassar em sua metas. A única explicação para o não cumprimento de uma boa gestão será a incompetência mesmo.
Mas com toda essa harmonia, quem sai perdendo é o povo santareno. Pois, dentre suas várias funções, a Câmara Municipal exerce o papel de fiscalizador do Executivo, coisa que não acontece. Assim, as decisões concernentes a relação Câmara/Prefeitura tornam-se meramente políticas.
Na hora de votar, o povo deveria levar em consideração a postura de cada vereador. Aqueles que ficaram calados frente às ingerências do executivo não merecem voltar. Mas é difícil, pois o acesso a informação ainda dificulta a vida dos eleitores.
O ano de 2008 será de eleição e certamente cada vereador irá apresentar algo que fez à sua base eleitoral para garantir a presença de votos. Nessa hora, que as indagações devem ser feitas. O vereador deve saber que está ali para representar os anseios do povo e não para pavimentar o sucesso político do executivo, mesmo que este seja do mesmo partido. Mas Santarém ainda tem de caminhar muito para chegar a essa maturidade.

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