Tribunal mantém preso acusado de empregar trabalhadores em condição de escravos no Pará

Valdir Leandro de Sá contratou seis pessoas no município de Pacajá, a 600 quilômetros de Belém.

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) acatou parecer da Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRR1) e manteve preso Valdir Leandro de Sá, acusado de empregar seis pessoas em condições análogas às de escravos. O crime ocorreu no município de Pacajá (PA), na Fazenda Amazonas (quilômetro 258 da rodovia Transamazônica). O dono da propriedade é José Carlos Gallet. Valdir é acusado de intermediar a contratação dos trabalhadores.

Segundo o juiz da Vara Federal de Altamira (PA), os trabalhadores eram responsáveis pela limpeza de uma área na mata para plantio de capim. Eles moravam no meio da floresta sem acesso a qualquer item de higiene. Os alojamentos se resumiam a buracos cobertos por lona e palha e a água consumida era retirada de uma cacimba. Os trabalhadores foram encontrados no último dia 6 de novembro e, na noite do mesmo dia, Valdir retirou os empregados do local. No dia 8 de novembro, quando foi notificado a prestar esclarecimentos, José Carlos alegou que não poderia encontrar os obreiros.

Não é a primeira vez que a Delegacia Regional do Trabalho do estado encontra trabalhadores em condições subumanas na Fazenda Amazonas. Entre 26 de novembro e 5 de outubro de 2005, outras 31 pessoas foram resgatadas nas mesmas condições. Segundo o procurador regional da República Carlos Vilhena, autor do parecer da PRR1 no caso, “os elementos descritos pelo juiz de Altamira justificam satisfatoriamente a necessidade da prisão”.
MPF

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