Câmara aprova cotas raciais em universidades públicas

Da Agência Brasil:

No dia da Consciência Negra, a Câmara dos Deputados aprovou projeto que estabelece cotas raciais e sociais nas universidades públicas federais de todo o país.

Pelo texto, 50% das vagas nas universidades serão reservadas para alunos vindos de escolas públicas. Metade dessas vagas será distribuída de acordo com critérios raciais e estabelecidas proporcionalmente de acordo com a distribuição populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A outra metade será distribuída de acordo com a renda familiar per capita que deve ser menor que um salário mínimo e meio.

"O Dia da Consciência Negra contribuiu para que eu tivesse a iniciativa de colocar essa matéria em pauta. Ela contempla todo o conteúdo de justiça social e de etnia", disse o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Comentários

Unknown disse…
Sou médica psiquiatra, nascida e educada em Alenquer na época em que ensino e educação não era de responsabilidade quase exclusiva do governo como é hoje e fui agraciada com primorosa educação em colégios de freiras,no primário em Alenquer e depois em Belém onde aprendi o português, francês e ingles entre tantas coisas. Minha base educacional e de meus colegas que eram de escolas públicas nos permitiram continuar nossos estudos e hoje meus contemporâneos ocupam cargos de destaque em várias áreas espalhados pelo Brasil.
Tomei contato com o teor dessa lei de reserva de 50% das vagas das Universidades para pessoas provenientes de escolas públicas e fiquei muito preocupada por saber que nem a lingua portuguesa se ensina nas escolas, Educação Moral e Cívica parece ser heresia, concede-se diplomas para pessoas semi-analfabetas e aqui em São Paulo as escolas públicas tornaram-se lugar de rinha de alunos onde ocorrem uso de drogas, assasssinatos, violência contra professores.
Pensando na Universidade com um reduto onde se busca realizar pesquisas e não apenas em uma fábrica de diplomas, fiquei assustada com o que está ocorrendo no Brasil.
Se somos nos, todos os brasileiros quem pagamos os impostos para manter as universidades funcionantes, por que aplaudimos que as vagas de futuros engenheiros, médicos, juízes etc sejam destinados àqueles que nem sequer puderam ter o direito e um ensino digno, que somente terão um diploma nas mãos e poderão então cometer erros médicos, contruir pontes e edificações que desabam etc?
Essa lei é uma boa maneira de fazer pensar que não nos preocupamos com as ditas minorias e desse modo negamos a esses futuros universitários e futuros dirigentes desta nação o direito de exigir uma educação decente desde o primeiro ano do primário.
Um povo que tem acesso real ao ensino como eu e meus contemporâneos tivemos em uma época em que os colégios públicos eram mais valorizados dos que os colégios particulares é um povo fortalecido,com o poder do conhecimento que ninguém usurpa e portanto um povo forte.
Por que permitir a construção de uma nação sem educação e sem cultura onde um diploma universitário já não tem tanto peso real? No futuro um diploma universitário poderá ser uma arma poderosa de destruição da própria sociedade se for concedida sem que o recebedor do título saiba minimamente que está recebendo uma ajuda de custo nos estudos custeados pela nação para que reverta em obras e feitos em prol na humanidade e não somente um título para enriquecer o curriculo.