O vereador José Maria Tapajós confidenciou à coluna Contraponto, assinada pelo poster e publicada semanalmente em O Estado do Tapajós, que este será seu último mandato como vereador. Como vereador. Ou seja, ele pode continuar na política se o cenário político mudar e ele vir a concorrer à prefeitura de Santarém. Mas enquanto isso não acontece, Tapajós pensa em deixar a política e construir a carreira de seu substituto, que seria seu filho Júnior Tapajós, dirigente do São Raimundo atualmente.
Na última eleição, Zé Maria Tapajós mostrou que consegue transferir seus votos para outro candidato. Ozório Juvenil recebeu milhares deles na região ribeirinha de Santarém, reduto de Tapájós.
Comentários
Essa declaração só confirma a velha prática coronelista hereditária, que ponteia a política brasileira. Os políticos experientes buscam se perpetuar em seus herdeiros genéticos, num monarquismo deslavado que a República não conseguiu extirpar. Não importa se o rebento é ou não competente. O que importa é que é filho do político que pendura sua urna.
E não estou fazendo uma crítica específica ao JMT, até porque sempre admirei sua capacidade de crescer a cada eleição, desde 1988, mudando de partido de acordo com a conveniência e as circunstâncias políticas...
Na verdade, JMT apenas reproduz o que tantos outros colegas seus têm feito Brasil afora: repassar seus votos aos pimpolhos e transformá-los de meros postes sem luz em futuras "hidrelétricas de ambição".
Se Sarneys, Barbalhos, Maias e Martins podem, porque o caboclinho do Tapajós não? E haja barcos e olarias de votos para o herdeiro!
Tem outros que carregam os filhos não em caminhões de votos, mas em aviões de votos... Mas todo avião que sobe, um dia tem que descer... nem que seja às pressas, num ramal qualquer...
P.S. Será que um dia teremos também algum Tiririca Jr. na política nacional? Como diria um antigo personagem de Chico Anysio: "Meu garoto!"