Em O Diário do Pará:
Há cerca de duas semanas, Vicente
Fonseca, filho de Wilson Fonseca, o Maestro Isoca, recebeu pelos
correios um pedido do Consulado Geral Norte-Americano, do Rio de
Janeiro: enviar as obras literárias “Meu baú Mocorongo” e “A vida e a
obra de Wilson Fonseca – Maestro Isoca” para compor o acervo da
Biblioteca Nacional do Congresso dos Estados Unidos, em Washington, uma
das maiores do mundo. A primeira, dividida em seis volumes, foi escrita
pelo próprio Wilson Fonseca e publicada em 2006, na época da inauguração
do busto do Maestro no Aeroporto de Santarém, que leva seu nome. “Ele
começou a escrever esse livro em 1916, quando a obra ainda nem tinha
nome, foi feita ao longo da vida dele”, lembra Vicente Fonseca, de 65
anos, autor do segundo livro que irá compor a biblioteca dos Estados
Unidos.
A obra é a primeira biografia do
compositor de Santarém, que faleceu em 2002. O livro foi lançado em sua
cidade natal, oeste do Pará, e também durante a Feira Pan-Amazônica do
Livro de 2012, em Belém, ano do centenário de Maestro Isoca e o
principal homenageado do evento. Vicente começou a escrever o livro e
fazer pesquisas sobre a obra do maestro por volta da década de 1980,
quando o pai ainda era vivo. “Eu assumi como uma verdadeira missão de
vida divulgar a obra musical e literária do meu pai”, conta o filho que
precisou abrir mão de um pequeno acervo do livro de Wilson Fonseca que
ainda tinha em casa para enviar aos Estados Unidos.
Foi durante um curso de música que fez
no Rio de Janeiro que Vicente Fonseca se deu conta do que precisava
fazer para manter viva a memória do pai. Vicente conta que se sentiu
muito feliz ao receber o pedido do consulado. “Eu explodi de alegria! É
uma oportunidade de expandir o conhecimento do meu pai. Mais do que o
Isoca, isso significa divulgar Santarém, o Pará e a Amazônia para o
mundo”, considera o filho.
Tanto o livro de Wilson Fonseca quanto o
de Vicente serão digitalizados e disponibilizados no acervo permanente
da Biblioteca do Congresso dos EUA. “A vida vale não pelo que a gente
leva, mas pelo que a gente deixa”, conclui, parafraseando Fernando
Pessoa.
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