Pará consegue reduzir índice de crimes violentos nos últimos três anos

Helenilson: Prec pretende reduzir homicídios e roubos.
Da Agência Pará:

A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) divulgou, nesta quarta-feira, 15, o balanço das ocorrências policiais relativas aos três últimos anos, tanto na Região Metropolitana de Belém, quanto em todo o Estado do Pará. Entre os principais crimes considerados violentos, como o homicídio doloso, o latrocínio e o roubo houve redução no comparativo com 2010. A reunião, realizada no Hangar - Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém, contou com a participação do governador em exercício, Helenilson Pontes. Na ocasião também foi lançado um Programa de Redução de Criminalidade (Prec), cuja meta é reduzir, em seis meses, os índices de homicídio e de roubo, em 10% e 5%, respectivamente.

“Em todo o Estado houve uma redução na taxa de homicídios de mais de 10%, assim também como nos casos de roubo (-10%) e latrocínio (-37%), mas evidentemente ainda temos um problema na segurança pública, que não é só do Pará, e sim nacional. Por isso, agora, partimos para um planejamento estratégico para reduzir ainda mais as taxas de letalidade e de roubo. Daqui a seis meses nós vamos reavaliar se atingimos essas metas e de forma transparente, mais uma vez, vamos revelar esses números para que a sociedade paraense entenda que, apesar de estarmos enfrentando firmemente esse problema, com investimentos expressivos, inclusive nunca antes feitos, todos nós temos que, no dia a dia, ajudar a enfrentar a violência”, afirmou o governador em exercício.

Helenilson Pontes ressaltou que a principal causa objetiva da violência é o tráfico de drogas. “Para se ter uma ideia, ano passado, nós apreendemos mais de uma tonelada de maconha. A quantidade de apreensão de cocaína também cresce ano a ano. As prisões relacionadas a drogas chegam a quase 50%. E os homicídios, diretamente ligados às drogas, chegam à taxa de 85%. Portanto, violência no Brasil e no Pará tem nome e sobrenome: tráfico de drogas. Nós temos que ter uma política nacional, reforçada evidentemente pelas políticas estaduais de combate ao tráfico. Isso não é apenas um problema de governo ou de polícia, mas sim de todos nós”, defendeu Helenilson Pontes.


Durante a apresentação dos dados foi apresentado um comparativo entre os anos de 2010 e 2013, dos principais crimes: latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal, homicídio doloso, estupro e roubo, com base nas estatísticas registradas no Sistema de Informações de Segurança Pública (Sisp). Desta vez, como forma de se adequar às estatísticas nacionais, os números foram analisados de acordo com o Índice de Criminalidade (IC), fórmula adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), que relaciona o número de crimes para cada 100 mil habitantes.

O diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Roberto Sena, explicou que a medida foi tomada para dar qualificação aos dados e para que os números fossem comparados adequadamente em relação a outros estados brasileiros. “Nacionalmente você tem que fazer uma divulgação correlata. Ao optar por taxas, como é feita a divulgação nacional, nós nos aproximamos muito do que é tomado por base nas estatísticas nacionais, apesar de ainda haver divergência quanto aos números brutos”, explicou o diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Roberto Sena.

Números

Na Região Metropolitana de Belém houve uma redução, de 2010 a 2013, dos homicídios dolosos (-26,08%), dos latrocínios (-45,25%) e dos roubos (-14,96%). Já o estupro apresentou uma variação de 13,33%. O crime de lesão corporal apresentou também redução de -18,47%. Em 2010 foram registradas 14.563 ocorrências, com o Índice de Criminalidade de 714, enquanto que, em 2013, o IC caiu para 582, sendo registradas 12.290 ocorrências.

Em todo o Estado, o homicídio doloso apresentou uma redução de -11%. O latrocínio também apresentou queda. Em 2010, foram registradas 226 ocorrências, enquanto que em 2013 foram registradas 150 ocorrências. A notificação de roubo, por sua vez, reduziu em -10%. A lesão corporal também apresentou redução de -16%. O estupro novamente apresentou uma variação de 26%. Em 2010 foram registradas 2.241 ocorrências de estupro, com o IC de 29,64. Em 2013, o IC passou para 37,24, sendo registradas 2.968 ocorrências.

“Qualquer número que nós consigamos baixar ainda vai ser alto. Mas digo, com toda certeza, que estamos na direção correta. Nós ainda temos um desafio muito grande pela frente, mas temos alguns crimes que estão subindo no país, enquanto que no Pará conseguimos reduzir, como é o caso do latrocínio, justamente porque isso passa muito pela questão dos policiais nas ruas. Assim também como a população tem visto mais casos de sequestros com refém, mas isso é a polícia chegando de imediato. Isso a população reconhece. Apesar de tudo sabemos que alguma coisa ainda está errada e a gente precisa, junto com a sociedade, trabalhar essas causas da criminalidade”, destacou o titular da Segup, Luiz Fernandes Rocha.

O secretário também informou quais ações já estão planejadas para este ano. Ele destacou, entre elas, o reforço de mais 2.400 policiais nas ruas; a premiação por apreensão de armas de fogo; a inclusão de policiais da reserva no efetivo da Polícia Militar; a implantação de tornozeleiras eletrônicas; a inauguração, no primeiro trimestre, de três casas penais masculinas (RMB, Santarém e Marabá); o funcionamento do “Alô Cidadão”; assim como a capacitação contínua de profissionais do Sistema de Segurança Pública, a aquisição de equipamentos e a intensificação das ações da área de Inteligência e de operações policiais integradas, além da implantação do Prec.

Também foram apresentados os números da repressão ao tráfico de drogas, com o demonstrativo da quantidade de armas e de entorpecentes que foram apreendidos no Estado do Pará, neste mesmo período. Em 2013, em todo o Estado foram realizadas 16.694 prisões. Destas, 7.010 foram decorrentes de envolvimento com o tráfico de drogas, o que representou 41,98% de todas as prisões. Ainda em 2013, foram apreendidos 680 quilos de cocaína e 1.021 quilos de maconha. Por outro lado, foram apreendidas 1.583 armas, o que representou o aumento de 8,95% em relação a 2012, quando foram apreendidas 1.453 armas.






Texto:
Amanda Engelke
Secretaria de Estado de Comunicação

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