Brasília (24/10/2017) – Agentes
do Grupo Especializado de Fiscalização (GEF) do Ibama realizaram operação de
combate a garimpos de ouro na Terra Indígena (TI) Kayapó, no Pará. Em três
dias, com apoio de três aeronaves, foram destruídas 12 balsas de mergulho, 1
balsa escariante, 12 escavadeiras hidráulicas, 4 motobombas e 1 caminhão
carregado de toras. Os agentes ambientais também apreenderam em acampamentos de
garimpeiros uma arma, uma mira de precisão para espingarda e aproximadamente
700g de mercúrio.
A legislação proíbe o garimpo e a
extração de madeira em Terras Indígenas. Entre os infratores flagrados dentro
da TI Kayapó estava o presidente da Cooperativa de Garimpeiros de Ourilândia do
Norte, João Costa Guerra. Responsável por uma escavadeira usada para abrir nova
frente de garimpo em área isolada, ele será autuado pelo Ibama, que encaminhará
o relatório de fiscalização e os documentos apreendidos ao Ministério Público
Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF) para responsabilização criminal.
A ação foi acompanhada por um
representante da Fundação Nacional do Índio (Funai). “A ganância pelo ouro
coloca em risco a terra indígena, reduto de biodiversidade e da cultura do povo
Kayapó. O garimpo destrói o curso d'água, contamina rios com mercúrio, desmata
a floresta, degrada o solo e provoca a caça de animais silvestres”, diz o
biólogo Roberto Cabral, que coordenou a operação do GEF. Outras ações de
fiscalização serão realizadas se o monitoramento por satélites identificar
retomada de atividades ilegais na região.
Autorizada pela legislação, a
inutilização de equipamentos ocorre em caráter excepcional, quando há
constatação de ilícitos especialmente em áreas protegidas como Terras Indígenas
e Unidades de Conservação, em razão da impossibilidade logística para sua
remoção e com o objetivo de impedir a continuidade do dano ambiental.
O mercúrio usado em garimpos de
ouro para separar o mineral contamina cursos d'água, animais e pessoas.
Garimpos ilegais representam uma ameaça à saúde pública, principalmente em
regiões como a amazônica, que têm a pesca como base de proteína alimentar.
Com 3,28 milhões de hectares, a
TI Kayapó abrange os municípios paraenses de Cumaru do Norte, Bannach,
Ourilândia do Norte e São Felix do Xingu.
Em encontro com representantes do
Ibama e da Funai, o cacique da aldeia Pukararankre, Garapera Kayapó, condenou o
garimpo em outras áreas da TI. “Nós, que moramos no Rio Xingu, mantemos a
floresta e o rio preservados. Não queremos que entre garimpeiro, temos que
garantir o nosso futuro.”
Assessoria de Comunicação do
Ibama
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