Projeto integra banco de dados fundiários da região do Tapajós

 O projeto “Sistema Geográfico de Informações Fundiárias – SIG Fundiário” foi lançado na segunda-feira, 23, na sede do Ministério Público do Pará em Santarém, com um workshop de apresentação do sistema. A programação segue até o dia 27, com a capacitação da equipe. O evento foi organizado pelo Laboratório de Integração de Informações Agrárias, Econômicas e Ambientais para Análise Dinâmica da Amazônia – IntegraData Amazônia, da Universidade Federal do Estado do Pará (UFPA), em parceria com o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA).O projeto Sistema Geográfico de Informações Fundiárias – SIG Fundiário visa modernizar a gestão fundiária na região do Tapajós, por meio da expansão do Sistema Integrado de Informações Fundiárias - SIGF, que consiste em uma plataforma que integra bancos de dados com um grande número de informações fundiárias, desde a origem do patrimônio, até as diferentes destinações registradas nos órgãos de terra e em cartórios. A plataforma tem o propósito de promover o intercâmbio e o compartilhamento das informações entre órgãos públicos estaduais e federais.

No Pará, sete municípios já estão com as informações integralmente digitalizadas, e três estão em processo de digitalização. Os municípios piloto foram Acará, Concórdia, Tailândia, Tomé Açu, Mocajuba e Moju. Até esta fase, 61.533 processos já foram digitalizados, com 2,5 milhões de páginas. No oeste do Pará, Santarém e Itaituba são os primeiros a integrar o projeto. O sistema prevê o escaneamento de documentos fundiários dos cartórios, Incra e Iterpa, que em seguida são vetorizados e incluídos em um sistema que fornecerá aos órgãos autorizados e mediante senha de acesso, todas as informações fundiárias de determinada área, como documentos, mapas e cadeia dominial.

 “Esse é um dia histórico para o Ministério Público”, disse a promotora de justiça Ione Nakamura, coordenadora do Núcleo de Questões Agrárias Fundiárias e titular da promotoria regional Agrária de Santarém. “Uma proposta que sistema que vai ajudar no trabalho não só do MPPA, mas do poder Judiciário, e de toda a sociedade na resolução de conflitos graves que temos no Estado do Pará, que são os conflitos agrários”, ressaltou.

A promotora de justiça Sumaya Saady Morhy Pereira, coordenadora do Centro de Apoio Operacional (CAO) Cível, apresentou a contextualização de como o projeto surgiu, no âmbito do Núcleo Agrário. No ano de 2013, o Plano Estratégico do Núcleo detectou, dentre outros, a ausência de integração de dados e o caos na documentação de terras como problemas a serem enfrentados. “Para atacar esses problemas nós entendemos que seria estratégico um sistema que integrasse dados, porque uma das dificuldades para quem recebe as denúncias é saber onde está localizada aquela área, aquele conflito. O primeiro passo é ter acesso a essa informação”, afirmou.

O analista de Geoprocessamento Sérgio Costa (IntegraData Amazônia/UFPA), apresentou o sistema e o modo de funcionamento. Toda a plataforma foi construída com o uso de softwares livres e permite conversar com outros sistemas já existentes. “As equipes vão aos cartórios, Iterpa e Incra, para digitalizar os documentos que serão inseridos. Uma outra faz o cadastramento e vetorização. Todas as informações vão para um banco de dados único. No futuro esse sistema estará disponível para instituições como o Ministério Público e Tribunal de Justiça para agilizar o processo de análise de documentos”, explicou Sérgio. A assessora jurídica do projeto, Tatiane Vasconcelos, informa que a atual fase é de elaboração do protocolo de acesso, para saber quais são as permissões que cada órgão terá dentro do sistema. Até sexta-feira (27), uma equipe está recebendo capacitação técnica para a digitalização de documentos, para seguir o trabalho nos cartórios e no Incra, em Santarém e Itaituba.


Texto: Lila Bemerguy/MPPA

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